As autoridades do estado de Assam, no nordeste da Índia, detiveram 416 pessoas numa operação contra o casamento infantil, anunciou hoje o líder regional.
Numa mensagem publicada na rede social X, o primeiro-ministro do estado de Assam, Himanta Biswa Sarma, garantiu que "Assam continua a lutar contra o casamento infantil" e a "tomar medidas corajosas para pôr termo a este mal social".
A operação decorreu na noite de sábado para domingo e os detidos vão hoje a tribunal.
Em 2023, o governo regional de Assam comprometeu-se a acabar com o casamento infantil até 2026, endurecendo as leis contra os homens que se casem com menores. Desde então, já efetuou cerca de cinco mil detenções.
Segundo dados de um inquérito nacional sobre saúde familiar, realizado entre 2019 e 2021, em Assam, quase um terço das mulheres entre os 20 e 24 anos casaram-se antes de serem maiores de idade, sendo que a maioria dos casos aconteceu nas zonas rurais do estado.
Essa proporção só é ultrapassada em quatro outros estados da Índia, país onde, apesar de a idade legal para casar ser os 18 anos, 220 milhões de mulheres contraíram matrimónio antes da maioridade.
Ainda que a atual taxa nacional de 23,3 por cento de mulheres casadas ainda menores represente uma diminuição -- era de 47 por cento entre 2005 e 2006 --, o Fundo das Nações Unidas para a População considera a redução insuficiente.
Esta agência internacional publicou um relatório em 2023 no qual concluiu que os países do Sul da Ásia - Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal e Paquistão -- têm a mais elevada taxa de casamento infantil do mundo, afetando cerca de 290 milhões de meninas.