Pelo menos 62 pessoas morreram em consequência das inundações repentinas que varreram a região leste espanhola de Valência. Chuvas torrenciais, na última noite, deixaram estradas e cidades submersas.
Provisoriamente, o número de vítimas mortais ascende a 62 pessoas. "O processo de levantamento e identificação das vítimas está a começar”, adiantou o Centro Integrado de Coordenação Operacional do Governo espanhol. O número de vítimas tem vindo a crescer durante a manhã e as autoridades frisam que a contagem pode estar longe de terminada.
Para além de Valência, também a comunidade de Castilla-La Mancha foi bastante afetada pelas chuvas torrenciais. Há pelo menos seis desaparecidos na localidade de Letur, em Albacete.Segundo o serviço de emergências da Comunidade Valenciana, cerca de 200 pessoas foram resgatadas durante a madrugada de diversos locais, mas as equipas de proteção civil e de militares que estão no terreno continuam sem acesso a várias zonas afetadas, por haver vias inundadas e destruídas ou infraestruturas afetadas.
Imagens divulgadas pelas televisões e nas redes sociais mostram aldeias, estradas, ruas e campos inundados, carros arrastados pelas águas e presos em autoestradas. Várias pessoas passaram a noite em telhados ou árvores à espera de resgate.
🇪🇸 | DATO: La AEMET declaró este martes como "el día más adverso" de la DANA, con fuertes lluvias y granizo en varias zonas de España, principalmente en el arco Mediterráneo, donde Valencia y Málaga han sido señaladas con aviso rojo por riesgo extremo.
— Alerta News 24 (@AlertaNews24) October 30, 2024
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Carlos Mazon, o líder regional de Valência, disse em conferência de imprensa que algumas pessoas permaneceram isoladas em locais inacessíveis.
"Se (os serviços de emergência) não chegaram, não é por falta de meios ou predisposição, mas por um problema de acesso", disse Mazon, explicando que chegar a certas áreas era "absolutamente impossível".
“Há corpos sem vida em alguns dos pontos aos quais conseguimos aceder”, disse.
"Um fenómeno sem precedentes"
L'alluvione lampo che ha colpito la zona di Valencia nella serata di ieri ha scaricato fino a 450 mm di acqua nell'arco di appena 4-5 ore. E' un evento davvero molto estremo. Sostanzialmente in 4 ore è caduta la quantità di pioggia che solitamente cade in un anno e mezzo in… pic.twitter.com/vlPFg8p44I
— Marco M.M. (@MMmarco0) October 30, 2024
O Governo de Espanha criou também uma comissão de crise para acompanhar os efeitos da tempestade na costa mediterrânica e mais de mil militares de uma unidade especial de emergência foram enviados para o terreno.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou pesar pelas vítimas das chuvas intensas e manifestou disponibilidade para dar “toda a ajuda necessária” ao país vizinho.
"O Governo português expressa o maior pesar pelo elevado número de vítimas das inundações registados em Espanha, mostra solidariedade a todo o povo espanhol e disponibiliza-se para toda a ajuda necessária", lê-se numa mensagem publicada na rede social X.
Marcelo Rebelo de Sousa também enviou uma mensagem ao Rei Felipe de Espanha “exprimindo solidariedade e condolências pelas dramáticas inundações na zona de Valência que provocaram dezenas de mortos e muitos feridos”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.
No outono, a região de Valência e a costa mediterrânica espanhola são alvo de um fenómeno meteorológico conhecido como "gota fria" ou DANA, uma depressão que provoca chuvas repentinas e extremamente violentas, por vezes durante vários dias.
Cientistas dizem, no entanto, que os eventos meteorológicos extremos na região, como vagas de calor e tempestades, estão a tornar-se mais frequentes devido às alterações climáticas.
c/ agências