É no primeiro dia do ano que a África do Sul se despede de uma das figuras mais marcantes da história do país. O funeral do arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu, que morreu no passado domingo, decorreu este sábado na Cidade do Cabo, com honras de Estado.
O corpo do líder religioso estava em câmara ardente desde quinta-feira, depois de as autoridades terem antecipado o ato, previsto inicialmente para sexta-feira, na expectativa de que um grande número de pessoas pretendesse homenagear o arcebispo naquela que era considerada a sua catedral.
Como era a vontade expressa por Desmond Tutu, as cerimónias não contaram com os habituais "elementos cerimoniais" das Forças Armadas sul-africanas característicos dos funerais de Estado, limitando-se à apresentação da bandeira nacional à viúva do arcebispo, Nomalizo Leah Tutu.
Embora simples e sem ostentação, o funeral de Desmond Tutu contou naturalmente com honras de Estado e a presença de Cyril Ramaphosa, o presidente da África do Sul.
Num breve discurso, Ramaphosa lembrou a boa disposição de Tutu e disse que "se estivesse aqui, diria porque é que estão tão sérios, tão infelizes? e "tentaria provocar um sorriso ou uma gargalhada em cada um dos presentes".
O governante descreveu o arcebispo como um "cruzado na luta pela liberdade, pela justiça, pela igualdade e pela paz”, não apenas na África do Sul, “mas também em todo o mundo".
"Se quisermos considerar que um ícone global é alguém de grande estatura moral, de qualidades excecionais e de serviço à humanidade, não pode haver dúvida de que se refere ao homem que estamos a enterrar hoje", declarou.
Também numa pequena mensagem de despedida, a filha de Tutu, Mpho, disse que as demonstrações de amor pelo seu pai "aqueceu os corações".
"Porque nós partilhamo-lo com o mundo, vocês partilham connosco parte do amor que nutrem por ele", disse, citada pela BBC.
Embora com limitações, foram muitas as pessoas que se dirigiram à Catedral de São Jorge para um último adeus a Desmond Tutu.
Ainda de acordo com os desejos de Desmond Tutu, o seu corpo será cremado e as suas cinzas colocadas na catedral, um símbolo da democracia no país conhecido como a "catedral do povo" durante o regime racista do apartheid, que governou desde 1948 até ao início dos anos 90 na África do Sul.
A morte do arcebispo, aos 90 anos, deu origem a uma série de homenagens pelo mundo inteiro. Prémio Nobel da Paz em 1984 pela sua luta contra a brutal opressão do apartheid, Desmond Tutu é considerado uma das figuras-chave da história contemporânea da África do Sul. A sua carreira foi marcada por uma constante defesa dos direitos humanos, algo que o levou a distanciar-se em numerosas ocasiões da hierarquia eclesiástica para defender abertamente posições como os direitos dos homossexuais ou a eutanásia.
Nos últimos anos, contudo, afastou-se da vida pública devido à sua idade avançada e aos problemas de saúde de que sofria, incluindo um cancro da próstata.
Após o fim do apartheid em 1994, quando a África do Sul se tornou uma democracia, Tutu presidiu à Comissão Verdade e Reconciliação, instituição que documentou as atrocidades durante o regime de segregação racial e procurou promover a reconciliação nacional.
Tutu ganhou ainda enorme visibilidade enquanto um dos líderes religiosos mais proeminentes do mundo na defesa dos direitos LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Queer).
Tutu terá insistido que não queria que houvesse "gastos excessivos" no seu funeral e pediu um “caixão mais barato possível".Embora simples e sem ostentação, o funeral de Desmond Tutu contou naturalmente com honras de Estado e a presença de Cyril Ramaphosa, o presidente da África do Sul.
Num breve discurso, Ramaphosa lembrou a boa disposição de Tutu e disse que "se estivesse aqui, diria porque é que estão tão sérios, tão infelizes? e "tentaria provocar um sorriso ou uma gargalhada em cada um dos presentes".
O governante descreveu o arcebispo como um "cruzado na luta pela liberdade, pela justiça, pela igualdade e pela paz”, não apenas na África do Sul, “mas também em todo o mundo".
"Se quisermos considerar que um ícone global é alguém de grande estatura moral, de qualidades excecionais e de serviço à humanidade, não pode haver dúvida de que se refere ao homem que estamos a enterrar hoje", declarou.
Também numa pequena mensagem de despedida, a filha de Tutu, Mpho, disse que as demonstrações de amor pelo seu pai "aqueceu os corações".
"Porque nós partilhamo-lo com o mundo, vocês partilham connosco parte do amor que nutrem por ele", disse, citada pela BBC.
Embora com limitações, foram muitas as pessoas que se dirigiram à Catedral de São Jorge para um último adeus a Desmond Tutu.
Ainda de acordo com os desejos de Desmond Tutu, o seu corpo será cremado e as suas cinzas colocadas na catedral, um símbolo da democracia no país conhecido como a "catedral do povo" durante o regime racista do apartheid, que governou desde 1948 até ao início dos anos 90 na África do Sul.
A morte do arcebispo, aos 90 anos, deu origem a uma série de homenagens pelo mundo inteiro. Prémio Nobel da Paz em 1984 pela sua luta contra a brutal opressão do apartheid, Desmond Tutu é considerado uma das figuras-chave da história contemporânea da África do Sul. A sua carreira foi marcada por uma constante defesa dos direitos humanos, algo que o levou a distanciar-se em numerosas ocasiões da hierarquia eclesiástica para defender abertamente posições como os direitos dos homossexuais ou a eutanásia.
Nos últimos anos, contudo, afastou-se da vida pública devido à sua idade avançada e aos problemas de saúde de que sofria, incluindo um cancro da próstata.
Após o fim do apartheid em 1994, quando a África do Sul se tornou uma democracia, Tutu presidiu à Comissão Verdade e Reconciliação, instituição que documentou as atrocidades durante o regime de segregação racial e procurou promover a reconciliação nacional.
Tutu ganhou ainda enorme visibilidade enquanto um dos líderes religiosos mais proeminentes do mundo na defesa dos direitos LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Queer).