Deslizamento de terra causa mais de 100 mortos na Papua Nova Guiné

por Lusa

Mais de 100 pessoas terão morrido hoje num deslizamento de terra que soterrou por completo uma aldeia numa parte remota da Papua Nova Guiné, avançou a televisão pública australiana Australian Broadcasting Corp (ABC).

O deslizamento de terra atingiu a aldeia de Kaokalam, na província de Enga, cerca de 600 quilómetros a noroeste da capital da nação insular do Pacífico Sul, Port Moresby, por volta das 03:00 (15:00 de quinta-feira em Lisboa), informou a ABC.

Os residentes disseram à televisão australiana acreditar que o número de vítimas mortais já ultrapassa a centena e acrescentaram que o balanço final pode ser muito superior.

O governador da província de Enga, Peter Ipatas, admitiu que o deslizamento de terra causou "perdas humanas e danos materiais", mas não forneceu imediatamente uma avaliação do número de pessoas afetadas.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram moradores a retirar corpos que tinham ficado enterrados sob pedras e árvores.

Elizabeth Laruma, que dirige uma associação empresarial de mulheres em Porgera, uma cidade na mesma província, disse que as casas da aldeia de Kaokalam foram destruídas quando a encosta de uma montanha cedeu.

"Aconteceu quando as pessoas ainda dormiam, de madrugada, e toda a aldeia desapareceu", disse Laruma à ABC. "Pelo que posso presumir, são cerca de 100 pessoas enterradas no subsolo," acrescentou.

O deslizamento de terra bloqueou também a estrada entre Kaokalam e Porgera, disse Laruma, levantando preocupações sobre o abastecimento de combustível e bens à própria cidade de Porgera.

Um morador de Kaokalam, Ninga Role, que estava ausente quando o deslizamento de terra ocorreu, disse temer que pelo menos quatro dos seus familiares tenham morrido.

"Há algumas pedras, plantas e árvores enormes. Os edifícios desabaram", disse Role. "Tudo isto está a dificultar a localização rápida dos corpos", lamentou.

Papua Nova Guiné é uma nação em desenvolvimento, composta sobretudo por agricultores de subsistência, com 800 idiomas. Existem poucas estradas fora das principais cidades.

Com 10 milhões de habitantes, é também a nação mais populosa do Pacífico Sul, depois da Austrália, que tem cerca de 27 milhões de habitantes.

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