Descoberta do micro-ARN. Nobel da Medicina atribuído a Victor Ambros e Gary Ruvkun

por RTP
Christine Olsson - TT via EPA

Os cientistas Victor Ambros e Gary Ruvkun foram esta segunda-feira distinguidos com o Prémio Nobel da Medicina pela descoberta do denominado micro-ARN e o seu papel na regulação pós-transcricional dos genes.

O Comité Nobel explica a importância da descoberta dos investigadores norte-americanos, porque vai permitir saber mais sobre o desenvolvimento embrionário, por exemplo. Também vai permitir saber mais sobre o desenvolvimento dos tumores, uma vez que usam redes de micro-ARN para crescerem.

Os microARN (ácido ribonucleico) “estão a revelar-se de importância fundamental para o desenvolvimento e funcionamento dos organismos”, escreve, em comunicado, o Comité do Prémio Nobel no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.

Ou seja, o micro-ARN é uma “nova classe de pequenas moléculas de ARN que desempenham um papel crucial na regulação dos genes” e esta descoberta “revelou um princípio completamente novo de regulação dos genes. (…) Este princípio revelou-se essencial para os organismos multicelulares, incluindo os seres humanos”.

Gary Ruvkun, médico e investigador da Universidade de Harvard, foi escolhido porque a descoberta que fez ajudou a entender melhor como os genes são ativados e desativados nas células.

Victor Ambros, professor na Universidade de Massachusetts, partilha o Nobel com Ruvkun pelo trabalho inovador na descoberta dos micro-ARN, pequenas moléculas que regulam a atividade genética e são fundamentais para o desenvolvimento das células.Os vencedores da edição deste ano do Prémio Nobel, Victor Ambros e Gary Ruvkun, vão receber cerca de 966 mil euros.

A temporada de entrega dos Nobel arrancou esta segunda-feira com o anúncio do vencedor ou dos vencedores do prémio de Medicina.

Nesta categoria, Portugal fez história em 1949 quando Egas Moniz foi galardoado com o Nobel. O neurocirurgião português foi distinguido pelo desenvolvimento da leucotomia pré-frontal, uma intervenção cirúrgica ao cérebro que foi utilizada no tratamento de distúrbios mentais.

Apesar de ter sido considerada muito importante para o desenvolvimento da medicina (abriu portas ao desenvolvimento da imagiologia), esta técnica acabou por ser bastante contestada.

Este ano celebram-se os 150 anos de Egas Moniz e os 75 anos da atribuição do Prémio Nobel da Medicina.

Nos próximos dias, vão ser conhecidos os nomes distinguidos com os prémios de Física, Química, Literatura, Ciências Económicas e Paz.

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