Centenas de gregos protestaram, na última noite, depois da colisão de dois comboios, que provocou a morte a 43 pessoas. Os manifestantes falam de uma "tragédia anunciada". Os trabalhadores ferroviários, que já anunciaram uma paralisação, acusam a empresa responsável pelas vias ferroviárias do país de negligência.
Foram também realizados protestos em Salónica e na cidade de Larissa, perto do local onde aconteceu o choque frontal entre uma composição de transporte de passageiros e uma de mercadorias provocando a explosão das carruagens da frente, que ficaram, na sua maioria, destruídas.
O Executivo grego já garantiu a realização de um inquérito independente e decretou três dias de luto nacional. Os sindicalistas ferroviários acreditam que os sistemas de segurança não estavam a funcionar corretamente, apesar dos repetidos avisos ao longo dos anos.As bandeiras foram colocadas a meia-haste em todos os edifícios da Comissão Europeia, em Bruxelas.
Os trabalhadores ferroviários estão a planear uma paralisação como protesto pelo que afirmam ser negligência da empresa responsável pelas vias ferroviárias no país.
“A dor transformou-se em raiva para dezenas de colegas e cidadãos mortos e feridos”, afirmou um sindicalista quando anunciou a greve.
Muitos dos 300 passageiros que seguiam a bordo eram jovens estudantes na casa dos 30 anos que regressavam a Salónica depois de um longo fim-de-semana de celebração da Quaresma ortodoxa grega. “Erro humano”
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis fala de “um trágico erro humano” e o chefe da estação de Larissa, de 59 anos, foi acusado de homicídio involuntário por negligência.
“Uma coisa posso garantir: descobriremos as causas desta tragédia e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que nunca mais uma coisa assim se repita”, afirmou Mitsotakis.
O chefe da estação nega qualquer erro e culpa o acidente por uma falha técnica.
O acidente ferroviário, o mais grave do país, já levou à demissão do ministro dos Transportes, Kostas Karamanlis, que assumiu as “falhas de longa data das autoridades para reparar um sistema ferroviário que não está preparado para o século XXI”. Desconhece-se, para já, a velocidade a que circulavam os dois comboios quando embateram frontalmente. No entanto, a radiotelevisão pública grega avançou que seguiam a mais de 140 quilómetros por hora.
Aos hospitais próximos do local do acidente as famílias das vítimas estão a entregar amostras de ADN para a facilitar a identificação dos mortos.
No entanto, o processo vai tornar-se cada vez mais complicado à medida que os restos mortais dos passageiros das carruagens da frente, que suportaram toda a força do embate e das chamas, forem recuperados.
O porta-voz dos bombeiros revelou que as temperaturas no interior da primeira carruagem atingiram os 1.300 graus Celsius, o que torna “difícil identificar os passageiros que estavam no interior.
c/ agências