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Coreia do Sul suspende lei marcial horas após implementação

Demissão de chefe de gabinete e conselheiros do Presidente da Coreia do Sul

por Lusa
As tropas deixaram o parlamento depois da suspensão da lei marcial Yonhap - EPA

O chefe de gabinete e alguns dos principais conselheiros do presidente da Coreia do Sul "apresentaram a demissão" conjunta esta quarta-feira, depois de recuar na imposição da lei marcial, noticiou a imprensa local.

"Importantes colaboradores" de Yoon Suk-yeol, incluindo o chefe de gabinete, Jeong Jin-seok, apresentaram a demissão, disse a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sem adiantar mais pormenores.

Minutos mais tarde, o gabinete de Yoon disse que os conselheiros e secretários presidenciais colocaram os lugares à disposição e acrescentou que o chefe de Estado adiou a agenda oficial desta manhã.

Entre eles estão o conselheiro de Segurança Nacional, Shin Won-sik, e o chefe do Gabinete de Políticas, Sung Tae-yoon, além de outros sete conselheiros.

Numa comunicação ao país na noite de terça-feira, Yoon impôs a lei marcial para "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", de que acusou o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul, a Assembleia Nacional, ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

Movimentações nos bastidores

O PD, que detém a maioria dos 300 lugares no parlamento da Coreia do Sul, instou Yoon Suk-yeol a renunciar imediatamente ou enfrentar um processo de destituição.

A decisão foi "uma clara violação da Constituição" e "um grave ato de rebelião", afirmou, num comunicado, o partido, que acusou Yoon de não ter cumprido os requisitos legais para a imposição da lei marcial.

Também o maior sindicato da Coreia do Sul apelou a uma "greve geral por tempo indeterminado" até à demissão do Presidente.

A Confederação Coreana de Sindicatos, que tem cerca de 1,2 milhões de membros, classificou a tentativa de Yoon como uma "medida irracional e antidemocrática", dizendo que "assinou o próprio fim no poder".

Mesmo o líder do partido no poder na Coreia do Sul garantiu que o presidente e "todos os responsáveis serão responsabilizados".

 

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