Delegados de 18 municípios de Moscovo e de São Petersburgo subscreveram uma carta aberta a exigir que o presidente do país se demita.
“Nós, os deputados municipais da Rússia, acreditamos que as ações do presidente V.V. Putin prejudicam o futuro da Rússia e dos seus cidadãos. Exigimos a demissão de Vladimir Putin do cargo de Presidente da Federação Russa!” refere o documento publicado por Knesia Torstrem, representante do distrito de Semenovsky de São Petersburgo.
A carta aberta foi disseminada através da rede social Twitter.
Мундепы требуют отставки Путина
— Ксения Торстрем (@kseniathorstrom) September 12, 2022
Муниципальные депутаты из 18 разных округов Москвы, Петербурга и Колпино требуют отставки Путина. Текст петиции лаконичный, никого не “дискредитирует”. Если вы мундеп и хотите присоедниться - милости просим. pic.twitter.com/APCUZRlznv
“É difícil falar publicamente devido à repressão. Por isso, elaboramos este texto conciso”, afirmou Torstrem ao The Insider. Os “delegados ainda não estão proibidos de ter uma opinião. E ainda não é ainda proibido falar da demissão do presidente. Ele não é um monarca, mas um trabalhador contratado, recebe salários pago pelos nossos impostos”.
“A nossa função”, acrescentou, “é representar os interesses do povo, e vemos que as pessoas não estão satisfeitas. E o nosso povo é a fonte do poder, de acordo com a Constituição. Eu pessoalmente não entendo os motivos das ações de Vladimir Putin. Penso que não se deve estar no poder tanto tempo”, afirmou. O apelo para a demissão do presidente surge entre denúncias de irregularidades na votação do fim de semana para as autoridades micupais e regionais, a par do rápido avanço das tropas ucranianas no nordeste do seu país.
Os signatários colocam-se na mira das autoridades e arriscam ser punidos ao abrigo de uma lei aprovada após a invasão da Ucrânia, que proibe virtualmente qualquer discurso que critique a guerra.
A carta aberta foi inicialmente assinada por 19 delegados mas um recuou.
Entretanto o documento recebeu mais 84 subscritores, de acordo com Torstrem.
"Recebemos as assinaturas de mais 84 pessoas, agora vamos verificá-las", afirmou.
A organização Golos, que acompanhou de forma independente as eleições do fim-de-semana, reportou dezenas de casos de inclusão massiva de votos nas urnas, de intimidação e de compra e de registo alterado de votos, depois de uma vitória em larga escala de candidatos pró-Kremlin.
"Recebemos as assinaturas de mais 84 pessoas, agora vamos verificá-las", afirmou.
A organização Golos, que acompanhou de forma independente as eleições do fim-de-semana, reportou dezenas de casos de inclusão massiva de votos nas urnas, de intimidação e de compra e de registo alterado de votos, depois de uma vitória em larga escala de candidatos pró-Kremlin.
Os primeiros apelos à demissão de Putin por parte de delegados surgiram na semana passada depois de Dmitry Palyuga, representante do distrito de Smolninskoye de São Petersburgo, ter apelado à Duma, o Parlamento Nacional russo, para julgar o presidente por traição devido à sua invasão da Ucrânia.
Palyuga foi chamado a uma esquadra por suspeitas de "desacreditar" o exército russo mas foi depois libertado.