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Delegação de observadores do PPE impedida de entrar na Venezuela

por RTP
Nicolás Maduro no fim da campanha eleitoral Reuters

Os eurodeputados da delegação do Partido Popular Europeu, da qual faz parte o português Sebastião Bugalho, foram impedidos de entrar na Venezuela, como observadores das eleições de domingo.

O presidente Nicólas Maduro vetou a entrada dos observadores da União Europeia para acompanhar o escrutínio.

Além de Sebastião Bugalho, a comitiva impedida de entrar na Venezuela era composta pelo recém-eleito vice-presidente do Parlamento Europeu, Esteban González Pons, e pelo eurodeputado Gabriel Mato. Todos estão, nesta altura, a regressar, de avião, para Madrid.

Esta missão de observação deslocou-se à Venezuela a convite da líder da oposição democrática, Maria Corina Machado.

Num pequeno vídeo, recebido pela RTP, Pons explicou que os eurodeputados se deslocaram à Venezuela a convite da oposição mas foram barrados.

O vice-presidente do PE afirmou-se convicto "com temor fundado, de que vai haver um golpe de Estado", se as eleições presidenciais de domingo confirmarem as sondagens, que dão a vitória à oposição.

Já dentro do avião no regresso a Madrid, outra deputada apelou os venezuelanos a continuarem a resistir e a irem votarem massivamente pela democracia que querem e merecem.

O presidente do PP, de Espanha, Alberto Núñez Feijóo, denunciou na sua conta na rede social X que esta delegação ficou retida no aeroporto de Caracas, depois de ter sido impedida de entrar no país.

O líder do PP exigiu a sua "libertação imediata" e que o Governo de Espanha disponibilize os meios necessários para o efeito, noticiou a agência Efe.

"Acabo de ser informado que a delegação do PP composta por 10 deputados, senadores e parlamentares europeus está retida no aeroporto de Caracas pelo regime de Maduro", realçou o líder da oposição em Espanha.

Numa outra mensagem, o líder do PP garantiu que está em contacto com a venezuelana María Corina, da oposição.

Deputados, eurodeputados e senadores do PP, numa delegação onde está incluído o português Sebastião Bugalho, eleito pela Aliança Democrática (AD), deslocaram-se à Venezuela para assistir às eleições presidenciais deste domingo.

O Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou hoje igualmente que um avião que transportava vários ex-chefes de Estado que viajavam para a Venezuela para participar como observadores nas eleições de domingo foi impedido de levantar voo.

"O avião da Copa [Airlines] que transportava a [antiga] Presidente Moscoso e outros ex-Presidentes para a Venezuela não foi autorizado a levantar de Tocumen, enquanto permanecessem a bordo, devido ao bloqueio do espaço aéreo venezuelano", adiantou o chefe de Estado do Panamá na sua conta na rede social X.

Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.

O correspondente da Agência Lusa em caracas, capital venezuelana, afirma que, depois da campanha, os ânimos acalmaram. Espera que domingo a afluência às urnas seja historicamente massiva.

O atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos.

Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do Presidente, alegando que são fabricadas.

A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Foro Penal denunciou hoje que 135 pessoas foram detidas no país, no âmbito da campanha da oposição para as eleições de domingo, 47 das quais continuam presas.

A oposição tem denunciado há semanas uma "perseguição política" do poder com várias detenções, bem como encerramentos administrativos e multas impostas a comerciantes, hotéis ou restaurantes que trabalham com a oposição.

O Governo venezuelano acusa regularmente a oposição de fomentar conspirações contra o Presidente Nicolás Maduro.

com Lusa
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