"Definitivamente" condenado. Sarkozy com pulseira eletrónica durante um ano

por Inês Moreira Santos - RTP
Sarah Meyssonnier - Reuters

É a primeira vez na história francesa que um antigo chefe de Estado é condenado a pena de prisão. Nicolas Sarkozy conheceu, esta quarta-feira, a sentença decidida pelo Supremo Tribunal de Justiça, por crimes de corrupção e tráfico de influência. O ex-presidente de França foi condenado a um ano de prisão com pulseira eletrónica.

O Supremo Tribunal de Justiça de França rejeitou o recurso apresentado por Sarkozy. Uma decisão inédita no país.

A pena tinha sido anteriormente suspensa, mas agora vai ter mesmo de se aplicar e tem um acréscimo de três anos de inelegibilidade. Aos 69 anos, Sarkozy é chamado a comparecer, no período de um mês, perante um juiz de execução de pena, que determinará os termos e condições da pena com pulseira eletrónica.O tribunal também tinha a hipótese de ordenar a realização de um novo julgamento ou até anular a decisão emitida pelo tribunal de recursos de Paris.


Nicolas Sarkozy “obviamente cumprirá a sanção anunciada, que agora é definitiva”
, comentou o advogado, Patrice Spinosi, citado pela AFP. A defesa do ex-presidente afirmou ainda que vai apelar ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para contestar a decisão.

O caso “Bismuth” teve origem nas investigações ao alegado financiamento ilegal da campanha eleitoral de Sarkozy em 2007, de que o antigo presidente francês viria a ser ilibado.

Ao colocar o telefone de Nicolas Sarkozy sob escuta, as autoridades descobriram que este usava outras duas linhas telefónicas, em nome de “Paul Bismuth”, sobretudo para comunicar com o advogado Thierry Herzog. Os investigadores concluíram que os dois tinham convencido Gilbert Azibert, à data juiz no Tribunal de Cassação, a obter informações confidenciais sobre o processo de financiamento partidário (conhecido como caso Bettencourt) em troca de um cargo no Mónaco para o magistrado.
Tópicos
PUB