Debaixo de acusações do Irão. Netanyahu nos EUA para discutir Gaza com Trump
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já está nos Estados Unidos, onde tem encontro marcado na terça-feira com o presidente Donald Trump para discutir a situação em Gaza, os reféns detidos pelo Hamas e o confronto com o Irão e os seus aliados regionais. Na iminência do encontro entre os dois líderes, Teerão acusa Trump de querer fazer uma "limpeza étnica" em Gaza.
Benjamin Netanyahu é o primeiro líder estrangeiro a ser recebido por Donald Trump na Casa Branca desde que regressou ao cargo. “Bibi Netanyahu vem na terça-feira, e acho que temos algumas reuniões muito importantes agendadas”, disse o presidente dos EUA, que reinvidicou o crédito pelo acordo de cessar-fogo em Gaza assinado na véspera da sua tomada de posse, a 19 de janeiro.
Antes da sua partida para os Estados Unidos, o líder israelita disse que vai discutir "a vitória sobre o Hamas", a luta contra o "eixo do terror iraniano" e a expansão das relações diplomáticas com os países regionais, numa altura em que está a ser cada vez mais pressionado pelos membros da extrema-direita do seu Governo para retomar a guerra.
Segunda fase da trégua na agenda
As negociações sobre a segunda fase da trégua com o movimento islamita Hamas devem começar esta segunda-feira, em Washington, com o enviado de Donald Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff, de acordo com um comunicado do gabinete de Netanyahu divulgado este domingo.
Cândida Pinto - correspondente da Antena 1 nos Estados Unidos
Após ter sido aprovado um acordo de cessar-fogo há duas semanas, que prevê a libertação de 33 prisioneiros israelitas em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos, espera-se que a segunda fase do cessar-fogo permita a libertação dos restantes prisioneiros e a discussão sobre um fim para a guerra na Faixa de Gaza que dura há 15 meses. Atualmente já foram libertados 18 reféns israelitas e centenas de palestinianaos detidos em prisões israelita.
O movimento palestiniano Hamas afirmou que só libertará os reféns previstos para a segunda fase do acordo caso Telavive retire totalmente as suas forças do enclave palestiniano e o conflito chegue ao fim.
Irão acusa Trump de querer fazer "limpeza étnica" em Gaza
Teerão, inimigo declarado de Israel e um dos principais apoiantes do Hamas, criticou esta segunda-feira a proposta do presidente dos EUA de transferir os palestinianos da Faixa de Gaza para locais "mais seguros", como o Egito e Jordânia, o que despoletou protestos em todo o mundo.
"Acredito que a "comunidade internacional" deve ajudar os palestinianos a garantir o direito à autodeterminação, em vez de promover outras ideias que equivalem a uma limpeza étnica", disse o porta-voz da diplomacia iraniana, Emsaïl Baghaï, numa conferência de imprensa. A "limpeza de Gaza" proposta por Donald Trump significaria "acabar com a Faixa de Gaza e toda a Palestina", defendeu.
Desde a sua tomada de posse, a 20 de janeiro, Donald Trump desbloqueou a entrega a Israel de bombas de 900 quilos, suspendida pelo seu antecessor Joe Biden, e ainda caconcelou as sanções financeiras contra os colonos israelitas acusados de violência contra os palestinianos.
c/ agências