A estatal Unión Elétrica (UNE) voltou a desligar uma das maiores centrais elétricas de Cuba devido à escassez de água para arrefecer a central termoelétrica, horas depois das operações terem sido restabelecidas.
Num comunicado, a elétrica cubana garantiu que, "assim que estiver prevista alguma alteração, será comunicada em tempo oportuno".
O Ministério da Energia e Minas cubano já tinha ordenado na segunda-feira o encerramento da central termoelétrica Antonio Guiteras de Matanzas, situada a apenas cinco quilómetros do incêndio no depósito de combustível na cidade de Matanzas.
Na altura, a UNE confirmou que a situação se deveu ao incêndio em Matanzas.
A central de Guiteras esteve em operação durante 17 minutos na terça-feira e voltou a ser ligada na manhã de quarta-feira.
Ao meio-dia (17 horas em Lisboa), o director técnico da UNE, Lázaro Guerra, disse à televisão estatal que, depois de ser novamente reiniciada, a central estava a contribuir com 215 megawatts (MW) para o sistema nacional, mas alertou que estavam a tentar corrigir problemas de consumo excessivo de água.
Para esta quinta-feira, a UNE previu um défice energético de 30% da capacidade de geração nas horas de pico, o que irá implicar apagões prolongados na ilha.
As quedas de energia - devido a falhas e quebras nas centrais termoelétricas, falta de combustível e manutenção programada - afetam diferentes áreas de Cuba há meses, incluindo, desde agosto, a capital, Havana.
"Apagões", que por vezes duraram mais de 10 horas consecutivas, foram registados em 29 dos 31 dias de julho, segundo dados da UNE coletados pela agência noticiosa Efe.
Cuba está a enfrentar uma crise energética. Da capacidade total de geração do país de 3.000 megawatts (MW), apenas 1.824 estão atualmente em funcionamento, pelo que se espera um défice de potência de 1.176 megawatts.
As falhas no fornecimento de energia têm sido agravadas pelo incêndio no porto de superpetroleiros de Matanzas.
O incêndio, que consumiu metade dos oito tanques de armazenamento de petróleo no oeste de Cuba, foi dado como controlado na quarta-feira, após quase cinco dias.
Uma manifestação esporádica foi realizada na semana passada em Santiago de Cuba, uma das maiores cidades da ilha, em protesto contra os contínuos `apagões` e a difícil situação económica que a cidade enfrenta.