Crise política em França. Macron adia para sexta-feira nomeação de novo primeiro-ministro

por Lusa
Aleksandra Szmigiel - Reuters

O novo primeiro-ministro francês será nomeado pelo Presidente francês na sexta-feira de manhã, segundo anunciou o Eliseu. Inicialmente, a nomeação estava agendada para esta quinta-feira.

"O comunicado de imprensa com a nomeação do primeiro-ministro será publicado amanhã (sexta-feira) de manhã", informou a comitiva do Presidente francês, que acabou de aterrar perto de Paris no regresso de uma visita à Polónia, cujo programa foi "encurtado" para chegar mais cedo à capital francesa.

Na terça-feira, Emmanuel Macron anunciou que pretendia nomear alguém para o cargo "dentro de 48 horas"
, após a moção de censura e demissão do primeiro-ministro conservador Michel Barnier no dia 4 de dezembro.

Nos últimos dias, o Presidente francês tentou fazer com que o futuro Governo beneficiasse de um "pacto de não-censura" do Partido Socialista, em particular, e até dos Ecologistas, ambos membros da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que exigem um primeiro-ministro de esquerda e ameaçam derrubar nomes de outras forças políticas.

Vários nomes estão a ser avançados pelos media como potenciais candidatos à liderança do executivo, sedo um dos favoritos François Bayrou, aliado centrista de Macron e com quem o chefe de Estado já se reuniu duas vezes desde a queda do executivo.

Segundo a imprensa francesa, em cima da mesa estão também os nomes de Bernard Cazeneuve, antigo primeiro-ministro de François Hollande, de Catherine Vautrin, ministra conservadora dos Territórios e Descentralização, de Sébastien Lecornu, ministro conservador da Defesa e de Roland Lescure, o ministro macronista da Indústria.

Macron tem a difícil tarefa de procurar um acordo para ultrapassar o anterior governo e aprovar um orçamento, num cenário político fragmentado entre três blocos: esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita da União Nacional (RN).

O primeiro-ministro a nomear na sexta-feira por Macron será o quarto este ano, na sequência de Elisabeth Borne (até 9 de janeiro), Gabriel Attal (até ao início de setembro) e Michel Barnier, que assumiu o cargo após mais de dois meses de negociações na sequência das eleições legislativas antecipadas de julho.

O executivo de Michel Barnier foi derrubado por uma moção de censura que deixou o país sem orçamento para 2025.

Hoje registaram-se cerca de 130 manifestações por toda a França, com pouca adesão, convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), União Sindical dos Trabalhadores (Solidaires) e a Federação Sindical Unitária (FSU), "pelo emprego e pela indústria" em resposta a uma vaga de despedimentos.

É "um dia de convergência com a greve dos trabalhadores ferroviários contra o desmantelamento do transporte ferroviário de mercadorias e a greve dos funcionários públicos, que exigem um orçamento que responda às suas necessidades" e "um governo que finalmente responda à emergência social", disse Sophie Binet, secretária-geral da segunda maior confederação sindical, a CGT, à agência France-Presse.
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