Crise de natalidade ameaça futuro da sociedade japonesa

por RTP
Kim Kyung-Hoon - Reuters

O primeiro-ministro Fumio Kishida avisou que o país está a aproximar-se da incapacidade de funcionar como sociedade devido à queda na taxa de natalidade. Em 2022, houve menos 800 mil de nascimentos no Japão.

Fumio Kishida considera que é muito sério o momento que o país atravessa relativamente à queda na natalidade: “É um caso de agora ou nunca".

Depois de a China anunciar a primeira baixa na população em 60 anos, é agora o Japão que contabiliza uma quebra de 800 mil nascimentos em 2022.

Perante uma população cada vez mais mais envelhecida - e uma esperança de vida sempre a aumentar-, a diminuição dos nascimentos implica um número em queda nos futuros trabalhadores que deverão garantir a sustentabilidade das gerações mais velhas.

O Japão tem agora a segunda maior proporção mundial de pessoas com 65 anos ou mais - cerca de 28 por cento - depois do pequeno Estado do Mónaco, de acordo com dados do Banco Mundial.

"O Japão está prestes a saber se podemos continuar a funcionar como uma sociedade", observou Fumio Kishida, citado na BBC.

A queda na taxa de natalidade tem sido impulsionada no Japão por uma série de fatores: para além do acesso mais facilitado à contracepção, verifica-se um aumento do custo de vida, havendo também mais mulheres a estudar e a trabalhar, razões pelas quais Kishida sublinhou a necessidade do governo de duplicar os gastos em programas relacionados com as crianças.

Para já, o chefe do governo nipónico prometeu a criação de uma nova agência governamental com a prioridade de inverter esta tendência: "Focar a atenção nas políticas relativas às crianças e à educação infantil é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada", sublinhou.

O Japão tem uma população de cerca de 125 milhões, menos três milhões que em 2017, e os investigadores estimam que até ao final do século haverá menos 53 milhões de japoneses, pelo que sugerem também um aliviar no controle de imigração para o país.
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