Covid-19. Variante Beta pode ser resistente às vacinas, alerta especialista
A Europa e os Estados Unidos enfrentam atualmente novos surtos da variante Delta, dominante na maioria dos países do Ocidente, mas a variante Beta já começa a gerar preocupação entre os especialistas. Identificada na África do Sul e a espalhar-se rapidamente em França, esta estirpe do SARS-CoV-2 parece ser mais resistente às vacinas existentes, alertou John Edmunds.
Já em fevereiro, as autoridades da África do Sul suspenderam esta vacina, depois de vários testes clínicos mostrarem que não protegia contra doença leve ou moderada causada pela variante Beta.
O professor John Edmunds, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e membro do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (Sage), afirmou à BBC, este sábado, que a variante representa uma "ameaça" para o Reino Unido, já que os dados sul-africanos revelam que esta pode "escapar da resposta do sistema imunitário gerada pela vacina AstraZeneca de forma mais eficiente".
Além disso, esta mutação continua a ser uma ameaça visto que é a principal responsável pelo aumento de contágios em França.
Em entrevista à BBC Rádio4, John Edmunds admitiu que esta variante é menos contagiosa que a Delta, mas que parece apresentar uma maior quebra de eficácia nas vacinas disponíveis.
"À medida que a população fica mais imunizada, as condições ficam favoráveis para que a variante Beta tenha uma vantagem", continuou Edmund.
De acordo com este especialista, cuja opinião é sustentada em vários estudos desenvolvidos, nomeadamente na África do Sul, já foi efetivamente comprovada uma menor eficácia da vacina da AstraZeneca perante a variante Beta.