A Comissão Europeia convocou uma reunião para discutir esta quinta-feira "possíveis medidas para uma abordagem coordenada" dos Estados-membros da União Europa (UE) à explosão de casos de covid-19 na China.
"Perante a situação da pandemia na China", o executivo europeu convocará na manhã desta quinta-feira um comité que reunirá representantes dos ministérios da saúde dos 27 Estados-membros, revelou hoje à agência France-Presse (AFP) um porta-voz da Comissão Europeia.
O objetivo é "discutir com os Estados-membros e as agências europeias [de saúde] da UE possíveis medidas para uma abordagem europeia coordenada", explicou a mesma fonte.
As autoridades chinesas puseram termo à maioria das medidas contra a covid-19 sem aviso prévio em 07 de dezembro, no meio de crescente exasperação pública e de enorme impacto na economia após três anos de restrições.
Desde então, a China tem assistido a uma explosão no número de casos entre os seus 1.400 milhões de habitantes, com os hospitais e crematórios a estarem sobrecarregados e os moradores relataram a falta de remédios para febre.
Japão e Estados Unidos já adotaram medidas para exigir testes obrigatórios a todos os viajantes oriundos da China.
A Itália está a ponderar tornar obrigatório o teste à covid-19, enquanto a região da Lombardia já introduziu esta medida.
Em Portugal, o Ministério da Saúde informou hoje que irá manter as medidas de controlo da covid-19 atualmente em vigor. Em resposta escrita à agência Lusa a propósito do aumento das infeções por SARS-CoV-2 na China, este ministério assegurou que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica "em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da atividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças".
A Comissão Europeia deve-se esforçar para impedir que certos Estados-membros da UE façam isso sozinhos, adotando restrições nas suas fronteiras sem consulta, como no início da pandemia na primavera de 2020.
No início de dezembro, por recomendação da Comissão, os 27 concordaram em remover todas as restrições de entrada na UE para viajantes de outros países e regressar à situação pré-pandemia.
No entanto, ficou salvaguardado um "travão de emergência", com a possibilidade de reintroduzir medidas restritivas "de forma coordenada" se a situação epidemiológica assim o exigir.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já se manifestou, na semana passada, "seriamente preocupada" com a vaga de novos casos de covid-19 na China, e pediu a Pequim maior transparência para poder enfrentar futuras pandemias.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo SARS-CoV-2, detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo.