Covid-19. Tonga em confinamento após receber ajuda humanitária

por Cristina Sambado - RTP
Dezenas de tripulantes do navio australiano HMAS Adelaide estão infetados com covid-19 EPA

Tonga vai entrar em confinamento depois de terem sido reportados vários casos de covid-19 na capital Nuku'alofa. O surto ocorre numa altura em que o país está a receber ajuda humanitária após uma erupção vulcânica e um tsunami que destruiu várias casas e infraestruturas.

O primeiro-ministro, Siaosi Sovaleni, revelou que dois trabalhadores portuários testaram positivo ao SARS-CoV-2. Mais tarde, as autoridades confirmaram mais três casos em familiares. Os infetados estão assintomáticos e isolados do resto da população.


O confinamento entra em vigor esta quarta-feira e terá uma duração de 48 horas.
Durante esse período, as escolas vão permanecer encerradas, os funcionários públicos não são obrigados a trabalhar e o uso de máscara é aconselhado.

O país tinha registado um caso de covid-19 em outubro, mas está é a primeira vez em que ocorre uma transmissão comunitária desde o início da pandemia.

Tonga, que fechou as fronteiras no início de 2020, tinha conseguido evitar surtos de covid-19. Pelo menos 83 por cento dos 106 mil habitantes receberam duas doses da vacina.

No entanto, depois da erupção vulcânica seguida de um tsunami, a 15 de janeiro, o país teve de reabrir as suas fronteiras para receber ajuda humanitária.

Há protocolos de saúde em vigor para o desembarque de mercadorias transportadas por avião ou barco. Uma vez descarregados, ficarão isolados por três dias antes de serem transportados pelos tonganeses.

Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, China, França, Fiji e Reino Unido são alguns dos países que enviaram ajuda humanitária para o país do Sul do Pacífico.

Mas, na passada semana, houve um surto a bordo do navio australiano HMAS Adelaide com dezenas de tripulantes infetados.

A embarcação acabou por atracar no porto de Nuku'alofa. As autoridades tongolesas estão a investigar, mas não acreditam que haja uma ligação com o HMAS Adelaide.

O chefe de operações da Força de Defesa da Austrália revelou que os funcionários portuários que testaram positivo estavam a trabalhar numa área diferente do porto onde estava atracado o barco australiano. “Não há, para já, indícios de que os casos estejam relacionados”.

O navio australiano transporta cerca de 80 produtos de primeira necessidade, incluído cerca de 250 mil litros de água, kits médicos e equipamentos técnicos.
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