Os chefes de Estado e de Governo de Portugal e de Espanha vão juntar-se esta quarta-feira para assinalar a reabertura da fronteira, encerrada há três meses e meio, com cerimónias de alto nível em Badajoz e Elvas.
As autoridades dos dois países ibéricos quiseram conferir especial simbolismo político a esta reabertura e organizaram cerimónias durante a manhã de hoje, nos dois lados da fronteira, com a participação do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do rei de Espanha, Felipe VI, do primeiro-ministro português, António Costa, e do chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.
De acordo com o programa oficial divulgado, realizar-se-á primeiro uma cerimónia no Museu Arqueológico de Badajoz, pelas 9h30 de Portugal (10h30 em Espanha), em que serão executados os hinos dos dois países e haverá uma fotografia de família. Quinze minutos mais tarde, decorrerá uma cerimónia semelhante, no Castelo de Elvas, no distrito de Portalegre. Antena 1
A ministra espanhola da Indústria, Comércio e Turismo, Reyes Maroto, começou por anunciar uma reabertura da fronteira com Portugal para o dia 22 de junho, anúncio a que o Governo português reagiu com surpresa, tendo sido depois acertado o dia 1 de julho.
O que ficou para trás
No domingo passado, em entrevista ao jornal catalão La Vanguardia, o primeiro-ministro português afirmou, referindo-se às cerimónias de hoje: "Vamos celebrar com toda a dignidade a abertura da nossa fronteira, a mais antiga da Europa, que com muita tristeza vimos fechada durante estes meses".
No domingo passado, em entrevista ao jornal catalão La Vanguardia, o primeiro-ministro português afirmou, referindo-se às cerimónias de hoje: "Vamos celebrar com toda a dignidade a abertura da nossa fronteira, a mais antiga da Europa, que com muita tristeza vimos fechada durante estes meses".
Espanha foi um dos países mais atingidos pela pandemia de Covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, e soma mais de 28 mil mortes, num total de cerca de 250 mil casos de infeção contabilizados.
Nas últimas semanas, o número de novas infeções e de mortes reportados baixou significativamente. De segunda para terça-feira, registaram-se em Espanha mais nove mortes e 99 novos casos, de acordo com o Ministério da Saúde espanhol.
Nas mesmas 24 horas, Portugal registou mais oito mortes e mais 229 infetados, totalizando agora 1576 óbitos e um total de 42.141 casos de infeção contabilizados, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A maioria dos novos casos tem surgido na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente nos concelhos de Sintra, Amadora, Loures, Odivelas e Lisboa, o que levou o Governo a adotar medidas específicas, sobretudo para 19 freguesias, onde continua a vigorar o estado de calamidade, enquanto a maior parte do território nacional passou a estado de alerta.
Estratégia portuguesa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, têm defendido que Portugal optou pela verdade na divulgação dos dados da Covid-19 e têm assinalado que o país é um dos que realiza mais testes no espaço europeu.
Na atual conjuntura, Portugal e Espanha têm estado lado a lado na União Europeia, desde logo, em defesa de uma forte resposta económica e financeira às consequências da pandemia de Covid-19.
Face à saída do ex-ministro português das Finanças português, Mário Centeno. presidência do Eurogrupo, que acontecerá em breve, António Costa admitiu apoiar a candidatura da ministra espanhola da Economia, Nadia Calvino, considerando importante que esse cargo "continue a ser desempenhado por um socialista".
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) marcou um protesto contra a energia nuclear e pelo encerramento da central espanhola de Almaraz para durante as cerimónias oficiais de hoje.
Também a associação ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia comunicou que vai fazer durante estas cerimónias um protesto contra as políticas do Governo português aplicadas aos espetáculos tauromáquicos.