Covid-19. OMS pede a países para controlarem a transmissão antes de levantarem restrições
Vários países europeus estão, lentamente, a levantar as restrições que tinham imposto para impedir o contágio pelo novo coronavírus. Perante este cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a sua estratégia de combate à pandemia, passando a exigir às nações que, antes de levantarem as medidas de confinamento, cumpram seis requisitos, entre os quais o controlo da transmissão do vírus.
“Alguns países estão a estudar quando podem levantar as restrições, enquanto outros estão agora a pensar introduzi-las”, declarou na terça-feira Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Em ambos os casos, o objetivo deve ser proteger a saúde das pessoas, sendo que as medidas devem ser guiadas por aquilo que sabemos sobre o vírus”.
Por essa razão, a organização passou a pedir aos países que queiram levantar restrições para, em primeiro lugar, se assegurarem de que a transmissão do novo coronavírus “está controlada”. Em segundo, deve haver a garantia de que os sistemas de saúde estão preparados para “detetar, testar, isolar e tratar cada caso”, assim como para “rastrear os contactos” de cada pessoa infetada.
A terceira exigência diz respeito aos cuidados a ter nos principais locais de contágio: lares de idosos e hospitais. “Os riscos de surto nessas instalações devem ser minimizados”, explicou Tedros.
Os outros três critérios da OMS são a adoção de “medidas de prevenção” em todos os espaços que voltem a ser frequentados pela população, a gestão adequada de casos importados de outros países e a formação da sociedade, para que esta aprenda a conviver e a reduzir os riscos num mundo em que o vírus passou a estar presente.
Países começam a aliviar restrições
A Europa, onde no total já foram infetadas mais de meio milhão de pessoas, é o continente onde se começam agora a levantar mais medidas. A própria Comissão Europeia propôs às capitais um levantamento “gradual” e “coordenado” do confinamento e a substituição dos estados de emergência impostos em vários países pela adoção de medidas concretas e igualmente restritivas até que haja uma vacina ou tratamento para a Covid-19.
A Itália, que chegou a ser o epicentro da pandemia, decidiu na terça-feira reabrir algumas livrarias e lojas de roupa para bebés. Em Espanha, país europeu com maior número de casos, trabalhadores de alguns serviços não essenciais já regressaram ao trabalho. Na Áustria foram reabertas milhares de loja de ferragens e de artigos para a casa, mas os funcionários e clientes são obrigados a usar máscara. O novo coronavírus já infetou quase dois milhões de pessoas em todo o mundo, provocando mais de 128 mil mortes. Cerca de 455 mil pessoas conseguiram recuperar da doença.
Na Dinamarca foram esta quarta-feira reabertas as escolas primárias, enquanto na República Checa voltaram a funcionar algumas lojas e é novamente permitida a prática de alguns desportos de equipa.
Outros países continuam a jogar pelo seguro e a manter as medidas de confinamento. É o caso de Portugal, onde o primeiro-ministro já admitiu a renovação do estado de emergência. António Costa esclareceu que esta renovação poderá trazer um alívio das restrições impostas, mas que vão manter-se os limites à circulação e que o regresso à normalidade será sempre gradual.
“Vírus vai continuar a circular”, alerta Comissão Europeia
Esta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o líder do Conselho Europeu, Charles Michel, vão apresentar em conferência de imprensa um documento com recomendações para o levantamento de restrições nos Estados-membros.
Um rascunho do documento, elaborado em conjunto com o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, refere, segundo o El Pais, que “o vírus continua a circular”, pelo que “qualquer nível de alívio gradual do confinamento irá inevitavelmente originar novos casos”.
Por essa razão, o executivo comunitário relembra que o regresso à normalidade exige o acompanhamento da evolução do novo coronavírus e que, para isso, os países devem estar preparados “para ajustar e reintroduzir novas medidas em caso de necessidade”. “Teremos de viver com este vírus até que se encontre uma vacina ou um tratamento”, menciona o Bruxelas.
À semelhança da OMS, também a Comissão Europeia determina que sejam cumpridos certos critérios pelas nações que pretendam retomar as atividades económicas e sociais, pedindo, por isso, que os países se assegurem de que “a propagação da doença diminuiu de forma significativa por um sólido período de tempo” antes de aliviarem medidas.
É ainda pedido que os sistemas de saúde consigam assegurar o acesso a medicamentos e a equipamentos de proteção, assim como a camas nos cuidados intensivos. Deve também estar garantida a capacidade de deteção e controlo do vírus, sendo essencial a realização de testes “em larga escala”.
Em caso de dúvida por parte dos países, a Comissão salienta que qualquer decisão deve ser baseada em factos científicos e focada na saúde pública. Uma vez adotada a decisão de levantar restrições, Bruxelas recomenda que cada país leve a cabo ações graduais, com tempo suficiente entre cada ação, de modo a comprovar os seus efeitos.
Por essa razão, a organização passou a pedir aos países que queiram levantar restrições para, em primeiro lugar, se assegurarem de que a transmissão do novo coronavírus “está controlada”. Em segundo, deve haver a garantia de que os sistemas de saúde estão preparados para “detetar, testar, isolar e tratar cada caso”, assim como para “rastrear os contactos” de cada pessoa infetada.
A terceira exigência diz respeito aos cuidados a ter nos principais locais de contágio: lares de idosos e hospitais. “Os riscos de surto nessas instalações devem ser minimizados”, explicou Tedros.
Os outros três critérios da OMS são a adoção de “medidas de prevenção” em todos os espaços que voltem a ser frequentados pela população, a gestão adequada de casos importados de outros países e a formação da sociedade, para que esta aprenda a conviver e a reduzir os riscos num mundo em que o vírus passou a estar presente.
Países começam a aliviar restrições
A Europa, onde no total já foram infetadas mais de meio milhão de pessoas, é o continente onde se começam agora a levantar mais medidas. A própria Comissão Europeia propôs às capitais um levantamento “gradual” e “coordenado” do confinamento e a substituição dos estados de emergência impostos em vários países pela adoção de medidas concretas e igualmente restritivas até que haja uma vacina ou tratamento para a Covid-19.
A Itália, que chegou a ser o epicentro da pandemia, decidiu na terça-feira reabrir algumas livrarias e lojas de roupa para bebés. Em Espanha, país europeu com maior número de casos, trabalhadores de alguns serviços não essenciais já regressaram ao trabalho. Na Áustria foram reabertas milhares de loja de ferragens e de artigos para a casa, mas os funcionários e clientes são obrigados a usar máscara. O novo coronavírus já infetou quase dois milhões de pessoas em todo o mundo, provocando mais de 128 mil mortes. Cerca de 455 mil pessoas conseguiram recuperar da doença.
Na Dinamarca foram esta quarta-feira reabertas as escolas primárias, enquanto na República Checa voltaram a funcionar algumas lojas e é novamente permitida a prática de alguns desportos de equipa.
Outros países continuam a jogar pelo seguro e a manter as medidas de confinamento. É o caso de Portugal, onde o primeiro-ministro já admitiu a renovação do estado de emergência. António Costa esclareceu que esta renovação poderá trazer um alívio das restrições impostas, mas que vão manter-se os limites à circulação e que o regresso à normalidade será sempre gradual.
“Vírus vai continuar a circular”, alerta Comissão Europeia
Esta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o líder do Conselho Europeu, Charles Michel, vão apresentar em conferência de imprensa um documento com recomendações para o levantamento de restrições nos Estados-membros.
Um rascunho do documento, elaborado em conjunto com o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, refere, segundo o El Pais, que “o vírus continua a circular”, pelo que “qualquer nível de alívio gradual do confinamento irá inevitavelmente originar novos casos”.
Por essa razão, o executivo comunitário relembra que o regresso à normalidade exige o acompanhamento da evolução do novo coronavírus e que, para isso, os países devem estar preparados “para ajustar e reintroduzir novas medidas em caso de necessidade”. “Teremos de viver com este vírus até que se encontre uma vacina ou um tratamento”, menciona o Bruxelas.
À semelhança da OMS, também a Comissão Europeia determina que sejam cumpridos certos critérios pelas nações que pretendam retomar as atividades económicas e sociais, pedindo, por isso, que os países se assegurem de que “a propagação da doença diminuiu de forma significativa por um sólido período de tempo” antes de aliviarem medidas.
É ainda pedido que os sistemas de saúde consigam assegurar o acesso a medicamentos e a equipamentos de proteção, assim como a camas nos cuidados intensivos. Deve também estar garantida a capacidade de deteção e controlo do vírus, sendo essencial a realização de testes “em larga escala”.
Em caso de dúvida por parte dos países, a Comissão salienta que qualquer decisão deve ser baseada em factos científicos e focada na saúde pública. Uma vez adotada a decisão de levantar restrições, Bruxelas recomenda que cada país leve a cabo ações graduais, com tempo suficiente entre cada ação, de modo a comprovar os seus efeitos.