As notícias veiculadas na comunicação social estatal chinesa sugerem que os protocolos de controlo de infeção estão a diminuir, perante o recuo de Pequim na política da "covid zero". Os confinamentos nas principais cidades estão a ser suspensos e a classificação da doença infecciosa pode descer da Classe A para a C.
Sob anonimato, um especialista avançou que mais de 95 por cento dos casos de SARS-CoV-2 na China são agora assintomáticos e leves e que a taxa de mortalidade é muito baixa.
Perante esta realidade, gerir a onda covid-19 como se ainda fosse uma doença de perigosidade de Classe A “não está de acordo com a ciência”, informou a YíCaí Global, órgão de comunicação social filiado ao Estado da China.
O especialista ainda sugeriu que a gestão do surto da covid-19 deve passar para a categoria C.
A estratégia do Governo de Xi Jinping para controlar os surtos pandémicos assentava na política de covid zero, que implicava confinamentos rígidos e testagem da população em massa.
Reviravolta da política de covid zero
Na semana passada, protestos sem precedentes contra as medidas de Pequim acabaram por abalar o compromisso governamental. As manifestações em Xangai e Pequim exigiram a flexibilização das restrições da covid-19 e alguns pediram que Xi renunciasse.
O vice-primeiro-ministro Sun Chunlan veio dizer que a China está a enfrentar “uma nova situação”, à medida que a variante Ómicron enfraquece, tornando-se o primeiro membro do Governo a reconhecer publicamente que a "capacidade do novo vírus para causar danos diminuiu”.
Pequim, Xangai, Zhengzhou e Shenzhen são algumas das cidades que atenuam restrições pandémicas. Por exemplo, deixa de ser exigido mostrar o resultado de teste negativo para embarcar em transportes públicos.
Beijing, Shanghai, Other Chinese Cities No Longer Require #COVID19 PCR Test to Take Public Transport https://t.co/ekBhWtpOG6 pic.twitter.com/X491RGhjN9
— Yicai Global 第一财经 (@yicaichina) December 5, 2022
As autoridades de Pequim também deram ordem para que os hospitais não barrem a entrada de pessoas com resultado negativo, mas essa exigência ainda está em vigor em cidades, como Chengdu e Guangzhou.
Alguns locais públicos em Shenzhen, incluindo comunidades residenciais, escritórios e centros comerciais, não exigirão resultados negativos do teste à covid-19, embora a cidade mantenha a exigência de resultados negativos em 48 horas para entrar em bares e salas de xadrez.
Chongqing ainda exige um teste negativo nos últimos três dias para entrar em locais públicos, enquanto a província de Zhejiang encerrou totalmente os testes de rotina da covid-19, de acordo com a comunicação social estatal.
A partir desta segunda-feira, a cidade de Urumqi não realizará mais testes PCR regulares, exceto a residentes em áreas de alto risco e trabalhadores que permaneçam em circuitos fechados, informou a autoridade de saúde local.
O número de novos casos relatados todos os dias também está a diminuir, à medida que se realiza menos testes.
De acordo com a Reuters, a China pode anunciar dez novas medidas de alívio da covid-19 já nesta quarta-feira complementando a nova onda de suavização das restrições em todo o país.
A permissão de fazer a quarentena em casa para os casos positivos, deverá ser uma das medidas suplementares a serem anunciadas.