Covid-19. Autoridades de saúde da China em alerta máximo

por Lusa
As autoridades de saúde da China estão preocupadas com o alastrar da covid-19 nas zonas rurais Tyrone Siu - Reuters

As zonas rurais da China devem garantir o "abastecimento de medicamentos" nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando se prevê um aumento de casos de covid-19, apontou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

"Os abastecimentos devem sobretudo cobrir o período de elevado número de deslocações", explicou o diretor do Departamento de Assuntos Médicos da Comissão Nacional de Saúde, Jiao Yahui, em entrevista à televisão estatal CCTV.

O número de casos de covid-19 aumentou rapidamente na China, após o país abolir a política de "zero casos". A vaga de casos no inverno deve ser exacerbada pelo feriado do Ano Novo Lunar, que se celebra na última semana de janeiro. A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, regista, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta, com centenas de milhões de chineses a regressarem à terra natal.

Jiao pediu que as áreas rurais se preparem para que "pessoas gravemente doentes possam ser pelo menos transferidas para um hospital municipal".

A onda de infeções pelo novo coronavírus já terá atingido o pico nas grandes cidades do país, incluindo em Pequim, Xangai, Cantão ou Chongqing, mas ainda não atingiu as áreas rurais, de acordo com um estudo recente liderado por especialistas do Centro de Saúde Pública de Xangai.

O Conselho de Estado (Executivo) já pediu, em meados do mês passado, aos governos locais, que deem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais "para proteger a população", apontando a "relativa escassez de recursos de saúde".

No início de dezembro, as autoridades chinesas puseram fim a quase três anos da política de "zero casos" de covid-19, que incluía testes em massa, quarentena em instalações designadas para casos positivos e contactos diretos, a utilização de aplicações de rastreamento de contactos e o encerramento das fronteiras do país.

O relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções na China, que provocou grande pressão hospitalar em diversas cidades.

Algumas vozes no país criticaram a falta de preparação das autoridades, antes de porem fim à política "zero covid", que causou escassez de medicamentos para febre e problemas de acesso a cuidados médicos.

A Organização Mundial de Saúde disse recentemente estar "muito preocupada" com a evolução da covid-19 na China e exigiu "mais informação". Pequim respondeu que tem partilhado os seus dados "de forma aberta, atempada e transparente" desde o início da pandemia.

 

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