O Governo português vai apresentar no próximo mês a candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Quem o confirma é o primeiro-ministro, António Costa, nas páginas do jornal Público.
António Costa confirma assim, na edição desta sexta-feira do Público, o patrocínio do Executivo socialista à investida do ex-alto comissário da ONU para os Refugiados.
Segundo o diário, a campanha de lobbying diplomático já está na estrada e terá sido este o tema que juntou o primeiro-ministro e Pedro Passos Coelho numa reunião após o debate quinzenal de 15 de janeiro.
Miguel Cordeiro - Antena 1
Costa já informou o Presidente da República, Cavaco Silva, de que está a proceder a diligências diplomáticas. Também os líderes dos partidos com assento parlamentar terão já sido informados.
Lobbying
O dossier da candidatura de António Guterres tem concentrado esforços nas Necessidades - o Ministério dos Negócios Estrangeiros terá mesmo conseguido "algumas conquistas importantes", lê-se no mesmo jornal.
Ban Ki-moon será substituído no cargo a 1 de janeiro de 2017.
Uma dessas conquistas é a garantia de que a candidatura do antigo primeiro-ministro português não será vetada por nenhum dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França.
Mas há espinhos no trajeto. Desde logo o ambiente de consenso, no seio da organização, em torno da necessidade de escolher uma mulher para a sucessão do sul-coreano Ban Ki-moon.
Por outro lado, a ser aplicado, o critério continental da ONU ditaria que o próximo secretário-geral saísse do leste da Europa. E há pelo menos dois nomes búlgaros a circular nos corredores de Nova Iorque, como lembra o Público: a atual vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva e Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO.