Costa afirma que a confirmarem-se casos de corrupção será desonra para a democracia

por RTP
José Coelho - Lusa

O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que em Portugal "ninguém está acima da lei". António Costa refere ainda que que a confirmação das suspeitas de corrupção durante o Governo de José Sócrates seria "uma desonra para a democracia".

António Costa assumiu esta posição na conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, onde foi confrontado com os casos judiciais que envolvem antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, e o antigo chefe de Governo socialista, José Sócrates.

Estas declarações do primeiro-ministro acontecem um dia depois de Carlos César, presidente e lider parlamentar do Partido Socialista, e de João Galamba, deputado do mesmo partido, terem afirmado que os casos de alegada corrupção durante o Governo de Sócrates "envergonham" os socialistas.

Questionado pelos jornalistas se, tal como eles, também se sentia envergonhado pela situação, o primeiro-ministro começou por lembrar que se encontra no estrangeiro como "primeiro-ministro", em representação de Portugal no Canadá. No entanto, considerou que "não há nada pior para a democracia do que haver suspeições que não estão confirmadas em sentenças transitadas em julgado".

"Aquilo que desejo é que o nosso sistema de justiça funcione, confio que funcione, e que se apure o que houver a apurar", disse o atual líder do Governo.



Reiterando a tese de separação entre política e justiça em Portugal, António Costa considerou que não existe "nenhuma razão para não confiar integralmente na capacidade do nosso sistema de justiça para assegurar aquilo que é fundamental num Estado de Direito".

"Ninguém está acima da lei e seja quem for que cometa uma ilegalidade deve ser punido. Se essas ilegalidades se vierem a confirmar, serão certamente uma desonra para a nossa democracia.", afirmou ainda o primeiro-ministro.

Caso essas suspeitas não se confirmem, Costa considera que se trata de uma "demonstração que o nosso sistema de justiça funciona em todas as dimensões", disse António Costa em resposta aos jornalistas.

c/ Lusa
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