Corpo de jovem de 14 anos congelado para preservação

por RTP
Jerry Lemler, presidente da organização sem fins lucrativos norte-americana "Alcor - Fundação para a Extensão da Vida". Jeff Topping - Reuters

Em Inglaterra, uma rapariga de 14 anos com um cancro raro foi a tribunal para que autorizassem a criogenia do seu corpo. Após uma batalha legal, a adolescente conseguiu que o desejo fosse cumprido e, após a morte em outubro, o corpo foi submetido ao procedimento que desde a década de 1960 foi realizado algumas centenas de vezes.

Minutos após a morte da rapariga, em outubro, foi preservado e transportado para uma empresa especializada em criogenia nos Estados Unidos.

O "congelamento" teve o custo aproximado de 43 mil euros.
A criogenia é o processo de congelamento de um corpo de forma a que, mais tarde, possa ser descongelado e o paciente regresse à vida. A ciência ainda não conseguiu comprovar se o método funciona, pelo que podemos estar perante um processo que se limita a dar [falsas] esperanças a quem não está preparado para a morte.

Numa carta enviada ao Supremo Tribunal do Reino Unido, uma adolescente britânica com um cancro raro expressou a vontade de congelar o seu corpo para que este fosse preservado e pudesse ser “acordada” quando fosse descoberta a cura para a doença, ainda que "demore centenas de anos”.

O tribunal decidiu que a mãe da jovem seria a única pessoa a poder decidir o destino do corpo que, minutos após a morte da rapariga, em outubro, foi preservado e transportado para uma empresa especializada em criogenia nos Estados Unidos. O congelamento teve o custo aproximado de 43 mil euros.
O que acontece ao corpo?
O processo de criogenia começa por preservar o corpo numa câmara cheia de nitrogénio líquido a temperaturas abaixo dos 130 graus celsius negativos. Para evitar o congelamento das células humanas, é utilizado um sistema de vitrificação que permite substituir o sangue por uma mistura de químicos anticongelantes e uma solução de preservação dos órgãos.

Atualmente, a criogenia só é executada por empresas norte-americanas e russas.

Este ano, cientistas utilizaram a criogenia para congelar o cérebro de um coelho e conseguiram recuperá-lo num estado “excelente”, conta a revista britânica New Scientist. Não se sabe, no entanto, se as condições cerebrais estariam em tão bom estado quanto o aspecto físico do órgão sugeria.
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