Desde que surgiu o primeiro caso do novo coronavírus em Hong Kong, os desentendimentos entre o território autónomo e a China aumentaram. Alegando a proteção da população de Hong Kong contra a transmissão do vírus, os residentes têm ostracizado os chineses no território.
"Não me sinto magoada", afirmou Minnie Li a Al Jazeera. Na verdade, "eu vejo isto como a 'infeção cruzada' da política nesta epidemia".
O surto de coronavírus surge após sete meses de protestos contra o governo e a interferência chinesa em Hong Kong.
À medida que surgem novos casos, tem aumentado a indignação da população. Acusando as autoridades de não terem capacidade de dar resposta nem estarem preparadas para a propagação da epidemia, vários profissionais de saúde entraram em greve e exigiram que se fechassem todas fronteiras com o continente.
Fechar fronteiras e isolar os chineses
Para alguns investigadores esta epidemia veio dar força à indignação da população contra a suposta interferência da China nos assuntos internos de Hong Kong.
O primeiro caso de infeção por coronavírus em Hong Kong foi confirmado a 22 de janeiro. Desde essa altura, o número de infetados subiu para 49 e já se registou uma morte no território.
O facto é que cerca de 1 a 1,5 milhões de residentes de Hong Kong são migrantes recentes da China continental. No total, cerca de 40 por cento da população do território nasceu fora de Hong Kong, principalmente na China continental.
Com os números da epidemia a aumentar todos os dias, a tensão em Hong Kong tem-se tornado mais evidente e muitos acusam a China continental de ser a "fonte dos problemas" do território autónomo e todos os chineses de serem oposição aos manifestantes de Hong Kong.
A verdade é que até nas redes sociais há cada vez mais partilhas e comentários de ódio aos chineses. Minnie Li lamenta que os manifestantes de Hong Kong tentem "manter a dinâmica do movimento" com "ódio e xenofobia".