Coronavírus. Portugal ativa dispositivos de saúde pública de prevenção

por RTP
Darley Shen - Reuters

Portugal já fez acionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China, esta quarta-feira. Os hospitais de São João, no Porto, o Curry Cabral e o Estefânia, em Lisboa, estão em alerta, segundo a diretora-geral de Saúde.

Em conferência de imprensa, na sede da DGS, em Lisboa, Graça Freitas apresentou os números mais recentes desta pneumonia vírica e, face ao crescimento do número de infetados na China, há "uma grande necessidade" de confirmar todos os casos reportados, porque para além do coronavírus há ainda vírus da gripe, que é menos grave, e por isso existe alguma discrepância nos números.

Para já "não há casos suspeitos em Portugal" de infeções com o coronavírus nem existe uma situação de alarme, mas por precaução a DGS está "com mais atenção" aos sete casos exportados fora da China.

Manuela Sousa, Carla Quirino, Guilherme Brízido - RTP

Foram ativados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar. Mas como são idênticos a uma gripe, a infeção tem de ser detetada através de análises especificas a realizar no Instituto Ricardo Jorge.

A diretora-geral de Saúde apresentou os números mais recentes, que "estão constantemente em alteração", tendo sido reportadas 17 mortes na China e 448 infetados, tendo, desses, sete saído para outros países.

A maioria dos 441 restantes é proveniente da cidade chinesa de Whuan, onde se pensa que seja o foco da infeção), havendo também casos detetados em províncias vizinhas.

A diretora-geral garantiu que existem protocolos internacionais para prevenir que o vírus seja exportado a partir da China e que os rastreios são feitos na origem antes de viagens de comboio, avião ou barco.

No esquema de prevenção apresentado esta quarta-feira, Portugal também tem um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações para fornecer serviços de tradução caso seja necessário.

Inicialmente a informação transmitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ia no sentido de que o vírus não se transmitia entre humanos, mas foi entretanto corrigida, e por isso Graça Freitas afirmou é preciso acompanhar de perto a situação.

A OMS decidiu prolongar até quinta-feira de manhã a reunião do Comité de Emergência para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.

O Comité de Emergência da OMS, formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, esteve reunido, esta quarta-feira, na sede da organização, em Genebra, na Suíça, sem chegar a um consenso, pelo que decidiu voltar a reunir-se na quinta-feira, indicou o presidente do órgão de peritos, Didier Houssin.

c/ Lusa

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