Coronavírus. Itália anuncia segunda morte, Irão a quinta

por RTP
Um motorista protegido conduz o autocarro que transporta passageiros do navio de cruzeiros Diamond Princess, recém-chegados a Roma e possivelmente contaminados pelo coronavírus COVID-19. Reuters

A segunda vítima do COVID-19 em Itália é uma mulher da região norte da Lombardia. Sexta-feira à noite tinha sido anunciado o falecimento de um homem de 77 anos, perto de Pádua, na região vizinha de Veneza.

O país regista este sábado 30 casos do novo coronavírus, onde a epidemia tem estado a alastrar a norte.

A primeira vítima mortal era natural de Veneza e estava hospitalizada há dez dias no hospital de Schiavonia devido a outros problemas de saúde. O caso da mulher é semelhante. Ambos testaram positivo para a presença do COVID-19

As autoridades italianas de saúde tinham anunciado sexta-feira 15 novos casos do coronavírus a norte da região de Lombardia, em apenas um dia.

O alarme soou também devido ao facto de não terem sido detetadas, entre os pacientes já identificados, ligações a locais ou pessoas contaminadas com o COVID-19.

O presidente da região de Veneza, Luca Zaia, afirmou à RaiNews24 que "a grande questão" é precisamente a origem da infeção, já que dos doentes não tiveram "qualquer contacto" com chineses ou com pessoas vindas da China.
Entre os 30 infetados italianos, 16 estão ligados a uma única casa em Codogno, a 60 quilómetros de Milão.
Após ter sido confirmada a primeira morte, as autoridades locais reuniram-se de emergência e decidiram adotar medidas urgentes.

Entre as medidas está a recomendação à população para que permaneça em casa o máximo possível e a proibição de todas as atividades públicas, como festas de carnaval, missas na igreja e eventos desportivos durante uma semana.

"A Itália está preparada. Elaborámos um plano porque ficou claro que isto poderia acontecer. Agora é uma questão de implementar o plano preparado", disse o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza.

Na Lombardia, com uma população estimada de 50.000 pessoas, mais de uma dezena de localidades foram colocadas sob quarentena, desde sexta-feira.
Irão conta cinco mortos
Na República Islâmica do Irão, o total de casos ascendeu este sábado a 28, com 10 novos casos nas últimas 24 horas.

O porta-voz do Ministério da Saúde iraniano, revelou na televisão estatal que um destes novos casos acabou por morrer. É a quinta fatalidade no país devido ao COVID-19, desde quarta-feira. Serão todos pacientes idosos.

O local do falecimento não foi divulgado, mas Kianouche Jahanpour indicou que oito das pessoas infetadas foram hospitalizadas na cidade santa xiita de Qom, 150 quilómetros a sul de Teerão. Qom é uma cidade universitária e atrai igulalmente milhares de peregrinos.

Outros dois casos foram internados, de quarentena, na capital iraniana. O Irão conta agora com um total de 28 casos do coronavírus.

Na Coreia do Sul, o número de infetados com o novo coronavírus praticamente duplicou entre sexta-feira e sábado, para um total de 443 pessoas.

O principal responsável pelo aumento será um surto no hospital de Cheongdo, no sul do país, região com cerca de 43 mil habitantes fortemente atingida pela epidemia.

O hospital foi palco das cerimónias fúnebres do líder de uma igreja cristã, que atraíram cerca de um milhar de fiéis.

Aqui, a paciente zero terá sido uma mulher de 61 anos que ignorava ser portadora do vírus. Em 24 horas foram registados entre os membros da seita mais de 90 casos.

Na China, morreram pelo menos 109 pessoas nas últimas 24 horas ao Covid-19, o que eleva para 2,345 o número de vítimas mortais da doenças, anunciou a Comissão de Saúde do país.

As autoridades chinesas indicaram que até à meia-noite (16:00 de sexta-feira em Lisboa) tinham sido registados 397 novos casos da doença para um total de 76,288 casos.

Das 109 mortes, 106 ocorreram na província chinesa de Hubei, centro da epidemia, onde foram identificados 366 dos 397 novos casos da doença no país, acrescentaram.
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