Coronavírus. Especialista explica precauções a tomar

por RTP

Celso Cunha, diretor da unidade de microbiologia médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, explicou na RTP3 que o novo coronavírus é facilmente confundido com uma simples gripe e explicou quais as precauções a tomar, numa altura em que há cada vez mais casos de pessoas infetadas.

"Em termos de sintomas, uma vulgar gripe ou uma infeção por coronavírus, ou por outros vírus que também afetam o nosso trato respiratório (...) não são muito distinguíveis à primeira vista por um médico", sublinhou o especialista.

Febre, mal-estar geral, dores corporais, tosse e corrimento nasal são os principais sintomas que o novo vírus e uma gripe têm em comum.

As principais precauções a tomar são, para além de evitar viajar para zonas onde já estão registados casos de contágio, "ter cuidado com o contacto direto com pessoas infetadas (...) e ter o cuidado de lavar as mãos se tocarmos em objetos que suspeitamos que podem estar contaminados".

"Esse tipo de higiene básica é importante, porque o vírus pode transmitir-se, por exemplo, a partir do contacto com alguma superfície contaminada", elucidou Celso Cunha.

Na China, deve ainda evitar-se comer alimentos crus ou comida em bancas de rua e deve beber-se apenas água que esteja comprovadamente desinfetada.
Como é feito o despiste?
O especialista em microbiologia médica explicou ainda como pode ser feito o despiste desta doença em humanos. "Há diagnóstico específico para o coronavírus, por uma técnica que é vulgar hoje em dia", o chamado PCR.

A técnica "consiste na amplificação específica do genoma viral, ou seja, da sequência de nucleótidos que constituem a informação genética do vírus". Outro diagnóstico possível é a pesquisa de anticorpos na corrente sanguínea.

Tal como com outras doenças, os grupos de risco no caso deste novo vírus são as crianças e os idosos, assim como todas as pessoas que tenham o sistema imunitário mais debilitado.

Não existe, de momento, qualquer vacina para evitar a infeção por este vírus.

Celso Cunha acredita que o número de pessoas infetadas vai aumentar "muito mais", principalmente na China.

"Estamos a aproximar-nos do ano novo chinês", altura de grande movimentação entre o povo desse país, explicou o especialista, pelo que poderá ser necessário adotar medidas de prevenção nos três aeroportos europeus nos quais há voos diretos para a região de Wuhan, onde o vírus teve origem.

Os coronavírus podem estar presentes também em animais e as mutações do vírus promovem a sua replicação nos humanos.
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