Coronavírus. Autoridades portuguesas confiantes apesar de panorama internacional

por RTP
Rungroj Yongrit - EPA

No balanço mais recente, as autoridades chinesas elevaram para 563 o número de mortes causadas pelo novo coronavírus e para mais de 28 mil os infetados. O grupo de portugueses provenientes da cidade chinesa de Wuhan continua em isolamento e as autoridades de saúde garantem que o país está preparado para uma eventual escalada.

A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou, esta quinta-feira, que nas últimas 24 horas registaram-se mais 73 mortes e 3694 casos novos de infeção. Embora continuem em observação médica mais de 183 mil pessoas, 1153 já tiveram alta hospitalar.

Em Portugal, ainda não há casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus. Até à data, os quatro casos suspeitos não se revelaram positivos.

Também os portugueses repatriados de Wuhan na semana passada, continuam em isolamento e sob observação, mas sem qualquer sintoma de doença, garantiu Graça Freitas.

A diretora-geral de saúde afirmou, na quarta-feira, que as autoridades de saúde portuguesas estão preparadas para dar resposta numa eventual escalada do coronavírus.

Contudo, o bastonário da Ordem dos Médicos não descarta a possibilidade de surgirem casos em Portugal, uma vez que se prevê que o pico deste surto seja em abril. Mas "não é nenhum drama, não é nenhuma desgraça", esclarece Miguel Guimarães.
Nesse sentido, e desdramatizando a eventual existência de casos em Portugal, o bastonário diz que é necessário reforçar a capacidade de resposta.
Vamos criar "imunidade de grupo"
Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde, também acredita que, em Portugal, existem os meios adequados para lidar com a doença e meios que serão ativados caso seja necessário.

Francisco George não aponta prazos mas acredita que a vacina para o coronavírus vai surgir mais cedo do que o previsto
O antigo diretor-geral da Saúde defende que vão existir outras defesas para além da vacina.

Considerando a magnitude desta epidemia, "pode haver uma imunidade de grupo". Isto é, as pessoas poderão começar a desenvolver anticorpos contra o vírus, explica.
Alta hospitalar em Macau, mas mais casos no Japão

Embora ainda não tenha chegado a Portugal o novo coronavírus, os números não param de subir noutras regiões do mundo. Em Macau, por exemplo, há confirmados casos de infeção desde janeiro.

O primeiro caso de infeção confirmado em Macau já teve alta médica, segundo os Serviços de Saúde do território, esta quinta-feira. Trata-se de uma turista chinesa, de 52 anos, que entrou no território a 19 de janeiro e que estava internada no Centro Hospitalar Conde de São Januário desde 21 de janeiro.

Depois de sujeita a várias análises consecutivas ao vírus e que tiveram resultado negativo, a mulher chinesa teve alta. Macau passa, assim, de dez a nove casos confirmados.

Já ao largo da costa do Japão mantém-se um navio em quarentena. Esta quinta-feira, foram confirmados mais dez casos a bordo do cruzeiro Diamond Princess, elevando para 20 o número de pessoas infetadas.

O número subiu depois de conhecidos os resultados das análises a 71 dos casos suspeitos a bordo do navio. As pessoas infetadas vão ser transportadas para centros médicos assim que o cruzeiro ancorar no porto de Yokohoma.

Quanto às pessoas a bordo não infetadas pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde japonês pediu que ficassem em quarentena dentro do navio 14 dias, uma vez que este é o período máximo estimado de incubação do vírus.

Segundo as autoridades de Macau há dois residentes do território que se encontram a bordo deste cruzeiro japonês, que viajaram com o passaporte português, mas são residentes de Macau.

O contágio no navio começou com um homem que desembarcou na passagem do navio por Hong Kong e todas as pessoas a bordo, passageiros e tripulantes, estão de quarentena desde segunda-feira.

Os últimos balanços indicam que o Japão, segundo país com maior número de casos registados, tem, assim, confirmados 45 casos de pessoas infetadas.
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