Coronavírus. Autoridades isolam cidades chinesas por aumento de pessoas infetadas

por RTP
Reuters

Três cidades chinesas estão atualmente em quarentena, devido ao aumento de casos diagnosticados com o novo tipo de coronavírus.

Esta quinta-feira de manhã a SkyNews avançou com a informação de que o número de mortos teria aumentado para 25. Entretanto, o mesmo órgão de comunicação corrigiu os dados, em consequência de um erro na tradução, e informou que há registo, até ao momento, de 17 vítimas mortais e de mais de 600 pessoas infetadas.

As autoridades chinesas informaram que, para além da cidade de Wuhan, também foram isoladas as cidades de Huanggang, e de Ezhou. Nas três cidades chinesas em quarentena, os transportes públicos foram suspensos e os restaurantes, os cinemas e diversos espaços públicos foram encerrados, de forma a evitar a propagação do vírus.

As autoridades chinesas proibiram, portanto, entradas e saídas destas as cidades, tendo interrompido por tempo indeterminado as ligações ferroviárias a Huanggang, cidade com 7,5 milhões de pessoas e a cerca de 65 quilómetros de Wuhan.
Novos casos em Macau levam a mais controlo nas fronteiras
Também em Macau as autoridades já tinham anunciado que estavam a recusar nas fronteiras a entrada e saída de pessoas com febre para conter o surto do vírus chinês de Wuhan. Até agora, a medição da temperatura corporal estava a ser efetuada à entrada das fronteiras, mas as ordens são, a partir desta quinta-feira, para se proceder à mesma verificação à saída.

Este procedimento está a ser também seguido na cidade vizinha de Zhuhai, explicou o chefe de Governo de Macua, no sentido de reforçar o esforço conjunto de contenção da epidemia que, fora da China continental, levou já à identificação de pessoas infetadas na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.

O facto é que as autoridades de Macau identificaram, esta quinta-feira, uma segunda pessoa infetada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, tal como o primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é oriundo de Wuhan. Atualmente em regime de isolamento, a situação clínica de ambos é considerada estável.
Festividades do Ano Novo ameaçadas
Entretanto, as autoridades e o Governo de Macau cancelaram as comemorações do Ano Novo Lunar, estando a decorrer desinfeções em locais públicos (mercados públicos, transportes), e obrigaram os funcionários públicos e trabalhadores dos casinos a usarem máscara.

A cidade de Pequim anunciou, também esta quinta-feira, o cancelamento das populares festividades que assinalam o Ano Novo chinês, de 25 de janeiro a 8 de fevereiro. As férias de Ano Novo começaram na sexta-feira e prolongam-se por uma semana.

O cancelamento das festividades de Ano Novo em Pequim e Macau juntam-se a outras medidas de contenção do vírus, como o isolamento de algumas cidades, uma vez que as autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus.

O Governo chinês informou que seriam suspensos todos os voos e viagens de comboio de e para Wuhan, onde o vírus foi inicialmente reportado, no mês passado. Estas medidas afetam quase 20 milhões de pessoas, sendo a altura do ano mais movimentada na China pelos festejos do Ano Novo Lunar, este fim de semana.

A Cidade Proibida de Pequim, classificada como Património Mundial desde 1987, foi encerrada pelas autoridades chinesas por precaução. Segundo um comunicado do museu citado pela AFP, o antigo palácio imperial vai fechar as suas portas a partir de sábado com o objetivo de "evitar os contágios ligados aos agrupamentos de visitantes".

Sabe-se que há pelo menos 15 médicos em Wuhan infetados depois de terem estado em contacto com pacientes. Os serviços de saúde chineses estão a acompanhar mais de cinco mil pessoas que mantiveram contacto próximo com os pacientes infetados.

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) esteve reunida em Genebra, na Suíça, para analisar a hipótese de se declarar emergência de saúde pública internacional e determinar que recomendações serão feitas para controlar o coronavírus. No entanto, decidiu adiar para esta quinta-feira essa declaração e esperar para observar a evolução do vírus.

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