A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, e o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que reclama vitória nas eleições de julho passado, recebem em Estrasburgo o prémio Sakharov 2024 pela sua “corajosa luta pela liberdade e democracia”.
María Corina não estará presente na cerimónia, por se encontrar escondida das autoridades venezuelanas, sendo representada pela sua filha, enquanto Edmundo González Urrutia, comparecerá na cidade francesa, já que está exilado em Espanha desde setembro passado, tendo fugido da Venezuela após a emissão de mandados de detenção.
Em 19 de setembro, o Parlamento Europeu reconheceu Edmundo González Urrutia como o presidente legítimo e democraticamente eleito do país, nas eleições presidenciais de julho passado, e María Corina Machado como a líder das forças democráticas.
O regime de Nicolás Maduro anunciou a sua reeleição para um terceiro mandato, enquanto a oposição reclamou vitória, com base em mais de 80% das atas eleitorais que tornou públicas.
Milhares de pessoas manifestaram-se contra o anúncio das autoridades venezuelanas, que foram reprimidas com violência, com mais de 2.400 pessoas detidas e mais de duas dezenas de mortos.
A maioria da comunidade internacional não reconheceu Maduro como presidente eleito.
Na cerimónia em Estrasburgo estarão também presentes os outros dois finalistas do prémio Sakharov para a Liberdade do Pensamento: duas organizações de mulheres, uma israelita e outra palestiniana (Women Wage Peace e Women of the Sun, respetivamente), e o ativista anticorrupção e académico do Azerbaijão Gubad Ibadoghlu, detido há mais de um ano no seu país, e que será representado na cerimónia pela sua filha.
O prémio, no valor pecuniário de 50 mil euros, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu e é a mais importante distinção na área dos direitos humanos da União Europeia.