O anúncio do Prémio Sakharov, a mais alta distinção da União Europeia para os Direitos Humanos, foi feito pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que anunciou com orgulho que
"os vencedores do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento
são María Corina e Edmundo González, representando o povo da Venezuela
que luta para restaurar a liberdade e a democracia".
Maria Corina Machado e Edmundo Gonzalez Urrutia, respetivamente líder e
candidato da oposição venezuelana nas eleições presidenciais de julho,
"continuaram
a lutar por uma transição de poder livre, justa e pacífica e defenderam
destemidamente os valores que são caros a milhões de venezuelanos e a
este Parlamento: a justiça, a democracia e o Estado de direito", afirmou Metsola, esta quinta-feira, no hemicliclo em Estrasburgo.
"O Parlamento Europeu está ao lado do povo venezuelano e de Maria e Edmundo na sua luta pelo futuro democrático do seu país", acrescentou. "Estamos convencidos de que a Venezuela e a democracia acabarão por prevalecer".
Numa publicação na rede social X, Roberta Metsola, também deixou uma mensagem de esperança no futuro democrático daquele país: "A Venezuela será livre", escreveu.
Na sua primeira reação ao anúncio, o candidato presidencial da oposição venezuelana Edmundo González agradeceu à Europa a sua "profunda solidariedade" para com o povo venezuelano.
“Acima de tudo, este prémio encarna a profunda solidariedade dos povos da Europa com o povo venezuelano e a sua luta para recuperar a democracia”, escreveu o opositor de Nicolás Maduro, exilado em Espanha desde 8 de setembro, numa publicação na rede social X. "A luta não terminou", concluiu.
María Corina Machado e Edmundo González Urrutia denunciaram a ocultação dos resultados oficiais das eleições presidenciais na Venezuela e contestaram a vitória atribuida ao presidente venezuelano em funções, Nicolás Maduro. Na sequência de um mandato de detenção, Edmundo González deixou o país e exilou-se em Madrid em setembro.
A escolha das duas figuras da oposição ao regime venezuelano de Nicolás
Maduro para o Prémio Sakharov 2024 foi feita pelas delegações portuguesa
e espanhola do Partido Popular Europeu (PPE) e depois apresentada como
proposta do partido.
Os eurodeputados da delegação do Partido Popular Europeu, da qual faz parte Sebastião Bugalho, escreveram uma carta ao alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borell, instando-o a reconhecer Edmundo González como legítimo presidente-eleito da Venezuela.
A carta foi assinada por quatro eurodeputados portugueses, entre os quais
Sebastião Bugalho que exlicou à Antena 1 o propósito desta carta agora
conhecida.
O Prémio Sakharov, criado em 1988, visa reconhecer o trabalho de pessoas e organizações pela defesa dos direitos humanos e da democracia. No ano passado, o Parlamento Europeu atribuiu o
prémio à jovem iraniana Mahsa Amini, que morreu sob custódia policial, e ao movimento "Mulher, Vida, Liberdade" no Irão.
O prémio deste ano vai ser atribuido a Corina Machado e González Urrutia em dezembro.
c/ agências