Investigadores do Departamento de Investigação sobre a Corrupção de Altos Funcionários (CIO) entraram esta quinta-feira na residência do presidente sul-coreano deposto, Yoon Suk-yeol, cumprindo o mandado de captura pela imposição da lei marcial no início de dezembro.
"A execução do mandado de prisão contra o presidente Yoon Suk Yeol começou", anunciou o CIO.
Milhares de agentes da polícia estavam reunidos na residência de Yoon. No entanto, de acordo com a agência AFP, uma unidade militar sul-coreana estava a impedir que os investigadores cumpram o mandado de captura.
Um tribunal de Seul emitiu um mandado de detenção contra Yoon, depois de este ter fugido a vários pedidos de comparência para interrogatório e de ter bloqueado as buscas no seu gabinete em Seul.
Yoon Suk-yeol ainda aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a sua destituição, esperando-se que o tribunal confirme ou rejeite o seu afastamento até junho.
Se Yoon for detido, a agência de combate à corrupção terá 48 horas para o investigar e solicitar um mandado de prisão formal ou libertá-lo.
O advogado do presidente deposto considera que a execução do mandado de prisão contra Yoon é ilegal e garantiu que vai tomar medidas legais, sem avançar com mais detalhes.
A detenção de Yoon Suk-yeol seria sem precedentes na história da Coreia do Sul.O presidente deposto está a ser acusado de "insurreição" após sua tentativa frustrada de impor a lei marcial a 3 de dezembro e de enviar o exército para o Parlamento.
O ministro da defesa de Yoon, o chefe da polícia e vários comandantes militares de topo já foram detidos devido ao seu papel na promulgação da lei marcial.
Yoon acabou por ser destituído após uma votação parlamentar sobre o seu impeachment.
Enquanto os investigadores davam início ao mandado de captura, milhares de apoiantes de Yoon manifestavam-se junto à sua residência, agitando bandeiras sul-coreanas e americanas e gritando: “Anulem a destituição!” e “Protegeremos o Presidente Yoon Suk Yeol!”.
Os agentes da polícia retiraram alguns manifestantes que se deitaram numa estrada que conduzia à entrada da residência de Yoon, mas não houve relatos imediatos de grandes confrontos.
c/agências