Coreia do Sul. Ex-ministro da Defesa detido por papel na imposição da lei marcial

por Lusa
Foto: Kim Soo-hyeon - Reuters

O ex-ministro da Defesa sul-coreano foi hoje detido pelo papel na tentativa de imposição da lei marcial que mergulhou o país numa semana de caos.

A unidade especial de investigação do Ministério Público, designada para o caso da lei marcial, anunciou a detenção do ex-ministro e a apreensão do telefone, depois de Kim Yong-hyun ter manifestado, horas antes aos meios de comunicação social, a vontade de cooperar com as autoridades sul-coreanas.

Kim Yong-hyun já tinha apresentado a demissão, na sequência do breve estado de exceção declarado na terça-feira à noite pelo Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que seis horas mais tarde foi obrigado a recuar perante a resposta do parlamento e da população.

Kim Yong-hyun estava impedido de sair do país e Yoon Suk-yeol é alvo de um inquérito policial por rebelião.

Ainda assim, pelas 21:30 de sábado (13:30 em Lisboa), o Presidente sobreviveu a uma moção de destituição, apresentada pelos partidos da oposição e votada no parlamento, devido ao boicote do partido no poder, o Partido do Poder Popular (PPP), que não participou na votação.

Para ser aprovada, a moção precisava dos votos de 200 deputados e apenas 195 participaram.

Pouco depois, o PPP explicou ter bloqueado a moção para evitar "uma rutura grave e o caos", garantindo que "vai resolver a crise de forma mais ordeira e responsável".

O líder do PPP, Han Dong-hoon, sublinhou que o partido conseguiu do Presidente sul-coreano a promessa de que se vai retirar e, até a demissão ser efetiva, Yoon estará "excluído da maioria das funções" presidenciais, garantidas pelo primeiro-ministro e pelo PPP.

O resultado da votação dececionou cerca de 150 mil pessoas, de acordo com números da polícia, concentradas em frente à Assembleia Nacional para exigir a saída de Yoon.

Os organizadores indicaram que mais de um milhão de manifestantes participou nos protestos.

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