A Coreia do Sul diz que a Coreia do Norte vai "pagar o preço " pelo afundamento de um navio de guerra sul-coreano. O governo de Seul suspendeu as relações comerciais com Pyongyang e vai pedir à ONU que decrete sanções contra o regime norte-coreano. Um inquérito internacional concluiu que um torpedo norte-coreano afundou em Março a corveta "Cheonan". O regime de Kim Jong Il desmente qualquer envolvimento e acusa o Sul de ter "fabricado as provas".
Ao anunciar as sanções o presidente sul-coreano Lee Myung-bak disse que os responsáveis do ataque, que provocou a morte a 46 marinheiros, têm de ser castigados.
Numa alocução pela TV, o Chefe de Estado sul-coreano disse que o Sul "se têm esquecido" de que partilha uma fronteira com " uma das mais belicosas nações da Terra".
Lee Myung-bak garantiu que "daqui em diante, a República da Coreia não tolerará nenhum acto de provocação por parte do Norte e vai manter um princípio de defesa pró-activa"
"Se as nossas águas territoriais, espaço aéreo ou território forem violados militarmente, exerceremos, de imediato o nosso direito à autodefesa" concluiu o presidente na sua comunicação ao país.
Além de suspender todo o trânsito de bens, exceptuando os de carácter humanitário, e de restringir ainda mais as deslocações de pessoas para a Coreia do Norte, o Governo sul-coreano anunciou que vai retomar as mensagens de propaganda com altifalantes dirigidas ao Norte e aos seus militares. Uma prática que tinha sido suspensa há seis anos a pedido dos norte-coreanos.
A marinha sul-coreana vai também interditar a passagem de navios norte-coreanos nos corredores de navegação do Sul e realizar uma série de exercícios de luta anti-submarina, em conjunto com os Estados Unidos. No que respeita ao Conselho de Segurança da ONU e às sanções internacionais, Seul diz que uma série de opções vão ser consideradas.
Estados Unidos apoiamOs Estados Unidos apoiam a Coreia do Sul nesta questão. O presidente Barack Obama considerou "inteiramente apropriadas" as medidas tomadas por Seul contra ao seu vizinho e ordenou à sua administração para rever a politica norte-americana para com a Coreia do Norte.
Além dos Estados Unidos muitos outros países condenaram o alegado ataque. Só a China, o mais próximo aliado de Pyongyang na região, acolheu os resultados do inquérito com prudência e aconselhou as duas partes a "agirem com moderação".
A corveta sul-coreana "Cheonan" afundou-se a 26 de Março ao largo da ilha de Baengnyeong, perto da fronteira marítima com a Coreia do Norte. Um inquérito internacional concluiu que a causa do naufrágio foi um torpedo disparado por um submarino norte-coreano. Perto do local foram recuperados pedaços de um torpedo com símbolos e inscrições norte-coreanos.
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A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento dos seus militares no naufrágio e acusa os sul-coreanos de terem fabricado as provas. Pyongyang ameaçou também com "uma guerra devastadora" no caso de lhe serem aplicadas sanções.
De acordo com os analistas, as medidas agora anunciadas pelo Governo da Coreia do Sul, representam o grau máximo até onde este país pode ir, sem recorrer a uma resposta militar.