O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, é esperado na Coreia do Sul na segunda-feira, em plena crise política no país asiático, anunciaram Washington e Seul.
A visita faz parte de uma digressão, provavelmente a última, que levará Blinken também ao Japão e a França, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano divulgado na sexta-feira.
Na Coreia do Sul, lê-se ainda na nota, Blinken pretende "reafirmar a aliança inquebrável" entre os dois países e discutir formas de "reforçar os trabalhos fundamentais para promover uma região do Indo-Pacífico livre, aberta e próspera".
Blinken vai ser recebido pelo homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, para discutir "a aliança entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, a cooperação entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, as questões relacionadas com a Coreia do Norte e os desafios regionais e globais", declarou na sexta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
A Coreia do Sul é um aliado crucial de Washington na região, mas o país está mergulhado num caos político desde que o Presidente Yoon Suk-yeol declarou lei marcial a 03 de dezembro.
Yoon foi destituído pelo parlamento a 14 de dezembro e aguarda uma decisão do Tribunal Constitucional até junho sobre a reintegração ou destituição definitiva.
A visita de Antony Blinken coincide com o termo do mandado de detenção emitido pelos tribunais para obrigar o presidente deposto a prestar declarações.
Os investigadores tentaram executar o mandado de detenção na residência presidencial, na sexta-feira, mas tiveram de recuar após várias horas de confronto com a segurança de Yoon.
A declaração de lei marcial, em 03 de dezembro, apanhou os Estados Unidos de surpresa. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que o Governo norte-americano soube do sucedido pela televisão e que estes acontecimentos causaram "profunda preocupação" em Washington.
Depois da Coreia do Sul, Blinken vai visitar o Japão, para "discutir os enormes progressos" registados na parceria estratégica entre os dois países, ainda de acordo com o Departamento de Estado norte-americano.
A visita foi anunciada no dia em que o Presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu bloquear a compra da US Steel pela japonesa Nippon Steel por motivos de segurança nacional e para garantir que "os Estados Unidos têm uma indústria nacional de aço forte".
Na quarta-feira, Blinken desloca-se a França, onde deverá discutir a guerra na Ucrânia e as crises no Médio Oriente, ainda de acordo com o comunicado do Departamento de Estado.