Coreia do Norte. Trump diz que "as coisas estão a correr muito bem"

por Alexandre Brito - RTP
Trump diz que negociações com a Coreia do Norte estão a correr bem Reuters

Um dia depois da cimeira histórica entre os líderes da Coreia do Norte e do Sul, o presidente dos EUA escreveu no Twitter que "as coisas estão a correr muito bem". Sentimento após uma conversa com o presidente sul-coreano.

Numa mensagem publicada no Twitter, o Presidente dos EUA revelou que teve uma "longa e muito boa conversa com o presidente Moon da Coreia do Sul" sobre os acontecimentos dos últimos dias relacionados com a região.

Os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul assinaram esta sexta-feira um documento que abre caminho à “completa desnuclearização da Península Coreana” e à cessação dos “atos hostis” entre os dois países. Na Declaração de Paz, Prosperidade e Unificação de Panmunjon, Kim Jong-un e Moon Jae-in proclamam o advento de “uma nova era”.

Este sábado, Donald Trump revela otimismo sobre as negociações em curso. "As coisas estão a correr muito bem, o dia e o local do encontro com a Coreia do Norte está a ser tratado".
No mesmo espaço, o presidente norte-americano diz que falou também com o primeiro-ministro do Japão para o informar sobre as negociações que estão em curso.

Apesar de o encontro entre os dois líderes da Coreia do Norte e Sul ter sido um momento de extrema importância no sentido da normalização das relações, o grande passo será, sem dúvida, o encontro previsto de Kim Jong-un com Donald Trump, que deverá acontecer em maio ou junho.

De acordo com a Reuters, que cita um responsável da administração Trump, a cimeira EUA-Coreia do Norte poderá acontecer em Singapura.
Televisão norte-coreana mostra imagens da cimeira na Coreia do Sul
Este sábado, a agência de notícias da Coreia do Norte qualificou a cimeira como um "ponto de viragem" nas relações entre os dois países. "Na cimeira os dois lados tiveram uma conversa aberta com partilha de posições nos assuntos de interesse comum incluindo uma melhor relação entre o norte e o sul, assegurando a paz na península coreana e a desnuclearização da península", escreveu a KNCA.

A noite terminou, acrescenta a agência de notícias norte-coreana, com um jantar numa "atmosfera amigável".

Ao mesmo tempo, também esta tarde, a televisão estatal mostrou as primeiras imagens da cimeira.

Apesar do sentimento otimista, os Estados Unidos mantêm a pressão sobre a Coreia do Norte. As sanções continuam em vigor. Mesmo depois de Trump ter afirmado que não acredita que Kim Jong-un esteja a "jogar".

"Nunca chegámos tão longe", disse Trump. Mas a pressão continua para que não sejam repetidos "os erros de administrações anteriores".
Reação do Irão e China
Numa leitura sobre o encontro desta sexta-feira, o Irão, que enfrenta o risco da saída dos EUA do acordo nuclear, considerou que a cimeira foi um "importante passo na direção certa que pode contribuir para a paz e segurança global".

No entanto, afirmou o porta-voz do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, "o Governo norte-americano não é um ator credível, não cumpre as obrigações internacionais".

Já num editorial no jornal oficial chinês - China Daily - lê-se que a desnuclearização pode pôr fim às hostilidades entre os dois países e criar "uma nova era de desenvolvimento" na península. Mas não deixa de referir a falta de um plano concreto nesse sentido.

"A desnuclearização da península, escrita na Declaração de Panmunjom, é apenas um prospeto sem plano específico. Isto porque as questões específicas só podem acordadas entre os EUA e a Coreia do Norte".

Ou seja, está tudo dependente do encontro entre Trump e Kim Jong-un.
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