A Coreia do Norte anunciou que a Constituição do país passou a designar a Coreia do Sul como "Estado hostil", confirmando uma alteração prometida no início do ano pelo líder Kim Jong-un.
"Esta é uma medida inevitável e legítima, em que se define claramente a Coreia do Sul como um Estado hostil e que se deve às graves circunstâncias de segurança que conduzem à beira da guerra devido a provocações políticas e militares por parte de forças hostis", informou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.
A agência não avançou com mais informações sobre as alterações constitucionais.
A ordem dada por Kim em janeiro para reescrever a Constituição apanhou muitos especialistas estrangeiros de surpresa, porque foi vista como uma forma de eliminar a ideia de um Estado partilhado entre as Coreias divididas pela guerra e de romper com o sonho de antecessores de alcançar pacificamente uma Coreia unificada nos termos do Norte.
Alguns especialistas afirmam que Kim tem provavelmente como objetivo diminuir a influência cultural sul-coreana e reforçar o poder internamente.
Outros afirmam que o líder pretende ter margem de manobra legal para lançar ataques militares contra a Coreia do Sul, definindo-a como um Estado estrangeiro e não como parceiro de uma eventual unificação que partilha um sentimento de homogeneidade nacional.
Kim pode também querer negociar diretamente com os Estados Unidos o programa nuclear, e não através da Coreia do Sul, referem estes mesmos especialistas, citados pela agência de notícia Associated Press.
De acordo com as autoridades sul-coreanas, a Coreia do Norte tem vindo a acrescentar, desde o início do ano, barreiras antitanque e a colocar minas ao longo da fronteira.