Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Coreia do Norte nega fornecimento de armas à Rússia

por RTP
25 de abril de 2019. O lider norte coreano Kim Jong Un cumprimenta o Presidente russo Vladimir Putin durante uma visita em Vladivostok, na Rússia. KCNA via Reuters

A Coreia do Norte afirma que não exportou armas para a Rússia durante a guerra na Ucrânia e nem tem planos para fazê-lo. Acrescentou que os relatórios dos serviços secretos norte americanos sobre transferências de armamento foram uma tentativa de manchar a imagem da Coreia do Norte e sugere que devem parar de fazer "comentários imprudentes" e "manter a boca fechada".

Há duas semanas, uma avaliação dos serviços secretos dos Estados Unidos tornaram públicas informações de que a Rússia estava a comprar armas à Coreia do Norte. Esse fornecimento "poderiam incluir literalmente milhões de munições, rockets e projéteis de artilharia" disse um representante do Departamento de Estado dos EUA.

Mais tarde, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, falou sobre o alegado fornecimento usando palavras mais cautelosas dizendo que as compras ainda não estavam concluídas e não havia evidências que sugerissem que as armas seriam para ser usadas na guerra da Ucrânia. Mas de qualquer forma, quaisquer exportações de armas norte-coreanas para a Rússia violariam as resoluções das Nações Unidas que proíbem a Coreia do Norte de importar ou exportar armas.

Nesta quinta-feira, num comunicado divulgado pelos media estatais norte-coreanos KCNA, um funcionário não identificado do Ministério da Defesa da Coreia do Norte responde: "Nunca exportámos armas ou munições para a Rússia antes e não planeamos exportá-las".

No documento, os EUA e outras "forças hostis" foram acusados de espalhar rumores para "perseguir os seus objetivos políticos e militares de base". O funcionário ainda sugeriu que os EUA devem parar de fazer "comentários imprudentes" e "manter a boca fechada".
Possível escassez de armamento russo
A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro provou ser cara para as tropas de Moscovo. As forças ucranianas, que usam armas ocidentais canalizadas para o país nos últimos meses, infligiram pesadas perdas aos militares russos.

Estas manobras russas de compra de armas norte-coreanas seriam para Moscovo aliviar a escassez de fornecimento na Ucrânia agravada pelos controlos de exportação e sanções ocidentais, de acordo com analistas do conflito.

A declaração norte-coreana veio semanas depois da resposta russa ter descrito a informação dos serviços de inteligência dos EUA como "falsa".

Embora os norte-coreanos neguem a existência do negócio, na notícia transmitida na KCNA, o funcionário reiterou que a exportação e importação de equipamento militar é um "direito legal peculiar a um estado soberano", de acordo com uma tradução em inglês do comunicado publicado pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte, citado na CNBC.

A autoridade norte-coreana enfatizou que Pyongyang nunca reconheceu as sanções "ilegais" do Conselho de Segurança da ONU contra o país "inventadas pelos EUA e suas forças vassalas".

O funcionário, que foi descrito como vice-diretor geral dos serviços gerais de equipamentos do Ministério da Defesa Nacional, acrescentou: "Não é certo de onde se originou o boato que os EUA estão a espalhar, mas visa manchar a imagem da República Popular Democrática da Coreia".
Estreitar laços
A Coreia do Norte tem usado a guerra como uma janela para acelerar o próprio desenvolvimento de armas, testando dezenas de armas, incluindo os primeiros mísseis de longo alcance desde 2017. Os norte-coreanos tem também explorado a divisão no Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China bloquearam as tentativas dos EUA de endurecer sanções a Pyongyang.

Em julho, a Coreia do Norte foi um dos poucos países que reconheceu oficialmente as duas regiões Donetsk e Luhansk controladas pela Rússia no leste da Ucrânia. Também deu a entender que está interessada em enviar trabalhadores da construção civil para ajudar a reconstruir os territórios pró-russia.

Em retaliação, a Ucrânia cortou todos os laços diplomáticos com Pyongyang.

Já em agosto, o presidente russo Vladimir Putin prometeu ao lider norte-coreano, Kim Jong-Un, expandir "relações bilaterais, abrangentes e construtivas". De acordo com a KCNA, Putin disse que a expansão das relações bilaterais "está em conformidade com os interesses dos dois países".

Na segunda-feira, durante uma exposição de armamento perto de moscovo, o presidente Putin vangloriou as armas russas por serem valorizadas devido à "fiabilidade e qualidade" e acescentou que: "Estamos prontos para oferecer aos aliados e parceiros os mais modernos tipos de armas - de armas pequenas a veículos blindados e artilharia, aeronaves de combate e veículos aéreos não tripulados".


Tópicos
PUB