A Coreia do Norte disparou hoje um míssil balístico intercontinental (ICBM), mas o lançamento parece ter falhado, disse o exército sul-coreano.
"O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte provavelmente resultou em fracasso", afirmou o exército, em comunicado.
Hoje, o lançamento de mísseis sobre o Japão, em direção ao Pacífico, obrigou o Governo nipónico a emitir alertas à população de algumas regiões para que procurassem abrigo ou permanecessem em casa.
Os mísseis sobrevoaram o Japão por volta das 07:48 (22:48 de quarta-feira em Lisboa), explicou o gabinete do primeiro-ministro japonês através da rede social Twitter.
As autoridades japonesas emitiram alertas à população nas regiões do norte de Miyagi, Yamagata e Niigata, não havendo registo de danos ou feridos.
Os lançamentos ocorreram um dia depois de a Coreia do Norte ter disparado mais de 20 mísseis, o maior número contabilizado num único dia.
Um desses mísseis voou na direção de uma ilha sul-coreana povoada e caiu perto da tensa fronteira marítima dos vizinhos rivais. As sirenes de ataque aéreo forçaram os moradores da ilha de Ulleung a procurar abrigo.
A Coreia do Sul respondeu rapidamente, lançando mísseis para a mesma área da fronteira marítima.
Os lançamentos de quarta-feira ocorreram horas depois da Coreia do Norte ter ameaçado usar armas nucleares para fazer com que os Estados Unidos e a Coreia do Sul "paguem o preço mais horrível da história", em protesto contra os exercícios militares sul-coreanos e norte-americanos em curso, vistos pelo regime de Kim Jong-un como um ensaio para uma possível invasão.
Em outubro, Pyongyang tinha disparado um míssil sobre o Japão, descrevendo o exercício como um teste de um novo míssil balístico de médio alcance, arma que especialistas consideraram ser capaz de atingir potencialmente Guam, um importante centro militar dos EUA no Pacífico.
Esse lançamento também forçou, na altura, o Governo japonês a emitir alertas de evacuação e parar a circulação ferroviária em algumas regiões.
A Coreia do Norte tem aumentando as demonstrações de armas a um ritmo recorde este ano, tendo disparado já dezenas de mísseis, incluindo a primeira demonstração de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017, enquanto explora uma eventual distração criada pela invasão russa da Ucrânia para impulsionar o desenvolvimento de armas.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.