O regime norte-coreano ameaçou este domingo retaliar com um “mar de fogo” a sanções adicionais ou eventuais operações militares por parte dos Estados Unidos. Isto já depois de as Nações Unidas terem adotado novo pacote sancionatório contra Pyongyang.
Num editorial carregado da tradicional retórica belicista do regime de Kim Jong-un, a publicação acusa Washington e respetivos aliados de insistirem numa política hostil para com a metade setentrional da Península Coreana. Pelo que arriscam a destruição, nos termos enunciados por Pyongyang.
“O empenho do grupo de Trump em manter este lamaçal só terá como consequência motivar mais o nosso exército e dar mais razões à República Popular Democrática da Coreia para ter armas nucleares”, escreve-se no diário do Partido dos Trabalhadores.
“A capacidade de empreender uma potente guerra dissuasora é uma escolha estratégica de defesa do nosso povo, que já atravessou um conflito horrendo”, acrescenta o jornal.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu no sábado impor novas sanções à Coreia do Norte. O pacote veda aos Estados-membros o acesso a bens norte-coreanos, cortando em até mil milhões de dólares, ou 849 milhões de euros, os proventos do regime.
“Impacto muito grande”
Conhecida a decisão, no sábado, o Presidente norte-americano fazia mais uma incursão na rede social Twitter para antever “um impacto financeiro muito grande” nos cofres já depauperados de Pyongyang.
“O Conselho de Segurança das Nações Unidas acabou de votar 15-0 para sancionar a Coreia do Norte. China e Rússia votaram ao nosso lado. Impacto financeiro muito grande!”, escreveu Donald Trump, a principiar duas semanas de férias no clube de golfe de Bedminster, em Nova Jérsia.
“A resolução das Nações Unidas é o único e maior pacote de sanções alguma vez adotado contra a Coreia do Norte. Cerca de mil milhões em custos para a Coreia do Norte”, continuou.
Um mês de negociações
A resolução ontem aprovada pelos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança vinha sendo negociada há já um mês.A China, tradicional contraforte do regime norte-coreano na arena internacional, apelou entretanto a Pyongyang para que tome "uma decisão inteligente" na sequência das sanções.
Concretamente, o texto determina a proibição de exportações de carvão da Coreia do Norte, num montante de prejuízos anuais calculado em 401 milhões de dólares, ou cerca de 340 milhões de euros. O regime não poderá também exportar ferro, chumbo ou mariscos, prevendo-se, nestes casos, perdas de 250 milhões de euros, 110 milhões e 300 milhões, respetivamente.
O Conselho de Segurança assinala que os rendimentos decorrentes dos produtos em causa “são usados para financiar programas ilícitos”, desde logo o desenvolvimento de armas nucleares.
“A Coreia do Norte deve tomar nota de que a comunidade internacional falou a uma só voz, que tem a opção de parar o seu comportamento perigoso e irresponsável”, advertiu nas últimas horas a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.
c/ agências internacionais
Tópicos