A Coreia do Norte testou "mísseis balísticos" de curto alcance em direção ao Mar do Japão, segundo anunciaram autoridades sul-coreanas. O exercício aconteceu um dia depois de realizar testes conjuntos com os Estados Unidos, usando caças furtivos para simular um combate aéreo. Confirmando também o lançamento de um míssil balístico tático, o líder norte-coreano prometeu aumentar "a força nuclear" do país, informou a agência de notícias estatal KCNA.
Os mísseis testados na sexta-feira foram equipados com um “novo sistema de navegação autónomo”, de acordo com a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA), que acrescenta que o teste foi supervisionado por Kim Jong-un, no âmbito de uma missão para avaliar a "precisão e fiabilidade" desse sistema. O líder norte-coreano disse ainda estar "muito satisfeito" com o teste.
No mesmo dia, Kim visitou uma fábrica de produção militar e apelou para que "a força nuclear seja reforçada com maior rapidez (...) sem interrupção ou hesitação", ainda segundo a agência estatal. O objetivo, cita ainda a KCNA, é “lidar com o confronto militar imprudente dos inimigos" e reforçar a dissuasão da guerra nuclear.
"Os inimigos terão medo e não se atreverão a brincar com o fogo até testemunharem o sistema de combate nuclear do nosso Estado", afirmou Kim.
O lançamento é o mais recente de uma série de testes de armamento efetuados pela Coreia do Norte nos últimos meses.
Especialistas avaliam que a Coreia do Norte poderá pensar que um arsenal de armas ampliado vai aumentar a influência de Pyongyang em futuras conversas com Washington, escreveu a agência de notícias norte-americana Associated Press.
Na sexta-feira, a Coreia do Norte negou também que o país tenha exportado armas para a Rússia, ao definir a especulação sobre a transferência de armamento entre Pyongyang e Moscovo como "o paradoxo mais absurdo", de acordo com `media` estatais.
"Não temos intenção de exportar as nossas capacidades técnicas militares para qualquer país ou de as abrir ao público", disse Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, num comunicado divulgado pela imprensa.
Vários países, incluindo Estados Unidos e Coreia do Sul, acusaram a Coreia do Norte de fornecer artilharia, mísseis e outras armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, em troca de tecnologia militar avançada e ajuda económica. Acusações rejeitadas repetidamente pela Coreia do Norte e Rússia.
Especialistas estrangeiros acreditam que a recente série de testes de artilharia e mísseis de curto alcance da Coreia do Norte se destina a examinar ou publicitar as armas que planeava vender à Rússia.
Kim Yo-jong, que integra a Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, disse ainda que os recentes testes de armas da Coreia do Norte foram realizados como parte do plano quinquenal de desenvolvimento de armas do país, lançado em 2021. Acrescentou que as armas recentemente testadas são projetadas para atacar a capital sul-coreana.
"Não escondemos o facto de que tais armas serão usadas para impedir que Seul invente qualquer pensamento irreal", disse.
O aprofundamento dos laços entre a Coreia do Norte e a Rússia ocorre num momento em os dois países estão envolvidos em confrontos separados com os Estados Unidos - a Coreia do Norte devido ao avanço do programa nuclear e a Rússia pela invasão da Ucrânia.
C/agências