A Coreia do Norte anunciou esta segunda-feira que lançou um míssil balístico de alcance intermédio com combustível sólido, confirmando as declarações avançadas no domingo por Seul e Tóquio.
O lançamento ocorre alguns dias após Pyongyang ter realizado exercícios de artilharia com munições reais.
O disparo do míssil no domingo, que Pyongyang disse estar equipado com uma ogiva hipersónica, destinava-se a "verificar as capacidades de deslocação e de manobrabilidade", bem como "a fiabilidade do novo motor de combustível sólido", explicou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse no domingo, em comunicado, que o Norte "disparou um míssil balístico não identificado em direção ao Mar do Leste", referindo-se a uma área também conhecida como Mar do Japão.
O Ministério da Defesa do Japão disse ter detetado um possível lançamento de um míssil balístico de curto alcance, que terá caído fora da zona económica especial do país.
Este é o primeiro lançamento de um míssil por parte de Pyongyang desde que testou o míssil balístico intercontinental de combustível sólido Hwasong-18, a arma mais avançada do Norte, em 18 de dezembro.
O Hwasong-18 foi projetado para atacar o território continental dos Estados Unidos.
Após Pyongyang realizar, na semana passada, exercícios de artilharia em torno da fronteira marítima ocidental com o Sul durante três dias, Seul realizou exercícios de tiro semelhantes na mesma área.
Nos últimos dias, a Coreia do Norte tem intensificado a retórica bélica. Na semana passada, o líder Kim Jong-un descreveu o Sul como o "principal inimigo" e ameaçou aniquilar o país vizinho se fosse provocado.
Especialistas dizem que Kim provavelmente aumentará ainda mais a tensão ao testar novos mísseis para tentar influenciar os resultados das eleições parlamentares da Coreia do Sul, em abril, e das eleições presidenciais dos EUA em novembro.
Numa importante reunião do partido único norte-coreano, no final de dezembro, Kim prometeu expandir o arsenal nuclear de Pyongyang e lançar satélites espiões adicionais para fazer face ao que chamou de movimentos de confronto liderados pelos EUA.