Coreia do Norte. China denuncia lógica “absurda” de Trump

O Presidente dos Estados Unidos disse acreditar que a Coreia do Norte está “sob enorme pressão por causa das nossas grandes contendas com o Governo chinês”. Ao mesmo tempo, Donald Trump criticou Pequim por dar “uma ajuda considerável, incluindo dinheiro, combustível, fertilizante, entre outros bens” à Coreia do Norte.

“Isto não é útil!”, lê-se na “Declaração da Casa Branca” publicada na conta pessoal de Donald Trump no Twitter.

...considerable aid, including money, fuel, fertilizer and various other commodities. This is not helpful! Nonetheless, the President believes that his relationship with Kim Jong Un is a very good and warm one, and there is no reason at this time to be spending large amounts...
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 29 de agosto de 2018

Apesar de não ter sido referido no documento, terá contribuído para a “pressão” de Pyongyang o cancelamento da visita do secretário de Estado Mike Pompeo a Pyongyang devido ao lento avanço nas negociações para a desnuclearização.

Outro dos motivos será a admissão, pelo Secretário de Estado da Defesa, do recomeço dos jogos de guerra da Coreia do Sul e do Japão. A Coreia do Norte considera que estes jogos de guerra são ensaios para uma invasão do país.

Donald Trump veio esclarecer que não via motivos para retomar os exercícios militares e garantiu a boa qualidade das relações pessoais com Kim Jong-un.

Também referiu que tem excelentes relações com o “grande Presidente da China” e que as divergências sobre as tarifas comerciais com a China “serão resolvidas a seu tempo”.
Lógica “irresponsável”
As considerações de Donald Trump sobre o papel da China no processo de desnuclearização da Coreia do Norte são “irresponsáveis e absurdas”, classificou a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

“A distorção irresponsável dos factos e da lógica do lado norte-americano é predominante e realmente não é algo que a pessoa comum possa compreender”, disse Hua Chunying, questionada em conferência de imprensa sobre as declarações do presidente dos Estados Unidos.

"Perante as atuais complicações ou dificuldades, os Estados Unidos devem olhar primeiro para si próprios e refletir antes de criticar os outros", acrescentou.