O "corajoso" povo ucraniano é o vencedor do Prémio Sakharov 2022, anunciou hoje, em Estrasburgo, a presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola.
"Em 2022, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído ao corajoso povo ucraniano, representado pelos seus líderes eleitos e sociedade civil", anunciou Metsola, perante a sessão plenária do PE.
"O prémio é para os ucranianos que lutam no terreno. Para aqueles que foram forçados a fugir. Para aqueles que perderam familiares e amigos. Para todos aqueles que se erguem e lutam por aquilo em que acreditam. Sei que o corajoso povo da Ucrânia não vai desistir e nós também não", afirmou Roberta Metsola.
O prémio, segundo um comunicado do PE, distingue "os esforços do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em conjunto com os papéis desempenhados por outros indivíduos, representantes de iniciativas da sociedade civil e instituições estatais e públicas".
O PE destaca como exemplos os Serviços de Emergência do Estado (SES) da Ucrânia, Yulia Pajevska - fundadora da unidade médica de evacuação "Anjos de Taira" ("Angels of Taira") -, Oleksandra Matviychuk, ativista e advogada para os direitos humanos; o Movimento de Resistência Civil da Fita Amarela ("The Yellow Ribbon Civil Resistance Movement") e o presidente da Câmara da cidade de Melitopol, Ivan Fedorov, que atualmente se encontra ocupada pelas forças russas.
A candidatura resultou da junção de três nomeações de grupos parlamentares: os conservadores do PPE, os socialistas do S&D e o ECR (centro-direita).
Os outros finalistas eram a Comissão da Verdade da Colômbia e o ativista da WikiLeaks Julian Assange.
Em 2021, o prémio foi atribuído ao líder da oposição russo, Alexei Navalny, pela sua luta contra a corrupção e os abusos de poder no Kremlin, que foi representado pela filha por estar detido na Rússia.
O galardão, que honra o físico e dissidente político Andrei Sakharov, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu desde 1988, no valor de 50 mil euros.