Cooperação com Portugal é fundamental para o bem-estar dos timorenses, afirma Xanana

por Lusa

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, destacou hoje a cooperação com Portugal, a qual, salientou, vai permitir que no seu país se possa trabalhar para o bem estar do povo timorense.

"Precisamos imenso (da cooperação). Somos ainda um país novo. Temos muitas dificuldades. Muitos obstáculos. Muitos desafios e contamos com a pronta solidariedade de Portugal (...) para permitir que no governo, ou nas instituições do Estado, possamos trabalhar para o bem-estar do povo timorense, para o bem-estar, criação de condições para as crianças timorenses, os jovens timorenses", afirmou.

Xanana Gusmão, que falava aos jornalistas no final de um encontro com o seu homólogo português, Luís Montenegro, destacou que o apoio de Portugal é importante "sobretudo na consolidação da construção do Estado" timorense.

"É um processo que estamos ainda a tentar consolidar. E claro, esta formação toda que vai ajudar Timor a dar aos jovens timorenses. Vai permitir também que tenhamos uma segurança já na construção da nação, através de uma economia sustentável", acrescentou.

O líder histórico timorense evocou ainda a situação no Saara Ocidental na declaração que fez aos jornalistas após a assinatura de três acordos de cooperação com Portugal, referindo-se à importância do apoio português para a realização do referendo que abriu as portas à independência do seu país.

Segundo Xanana Gusmão, "sem o esforço, o amor, o carinho e a solidariedade de todo o povo português, das organizações da sociedade não teríamos conseguido" o referendo.

"Hoje em dia, o Saara está à espera há 32 anos e não consegue fazer nada", frisou, adiantando: "Estamos juntos nessa luta para permitir que o governo saarauí se sinta como os timorenses se sentiram desde há 25 anos para cá", evocando o referendo que abriu as postas à independência do seu país em 1999.

O Saara Ocidental é palco de um conflito de quase 50 anos com os independentistas da Frente Polisário, apoiados por Argel, que contestam o plano de autonomia proposto por Rabat em 2007 e exigem o cumprimento da resolução das Nações Unidas, datada de 1991, em que é exigida a realização de um referendo de autodeterminação na antiga colónia espanhola, anexada por Marrocos em 1975.

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