Contra queima do Corão. Manifestantes ateiam incêndio na embaixada sueca em Bagdade

por Carlos Santos Neves - RTP
Saba Kareem - Reuters

Uma manifestação promovida por partidários do clérigo xiita Moqtada al-Sadr invadiram na madrugada desta quinta-feira a embaixada da Suécia em Bagdade, onde atearam um incêndio. Os manifestantes protestaram contra a queima de um exemplar do Corão.

O incêndio na representação diplomática da Suécia em Bagdade foi testemunhado por um correspondente da agência France Presse. Ao início da manhã, depois de horas de tensão entre os manifestantes e a polícia, a situação era já mais calma e as chamas haviam sido dominadas.Em Estocolmo, o Ministério sueco dos Negócios Estrangeiros afiança que o pessoal da embaixada no Iraque está "em segurança".

Imagens captadas pela Associated Press mostraram manifestantes a saltarem a cerca da embaixada e a tentar arrombar uma porta.

Outros vídeos mostraram uma fogueira a ser ateada e homens numa sala da embaixada.


O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque já veio condenar a invasão, adiantando que foram transmitidas "instruções às autoridades competentes de segurança para conduzirem uma investigação urgente e tomarem as medidas de segurança necessárias para descobrir as circunstâncias do incidente e identificar os autores do ato e responsabilizá-los de acordo com a lei".

O Governo sueco anunciou entretanto ter convocado o encarregado de negócios do Iraque.

"O que aconteceu é totalmente inaceitável e o Governo condena estes ataques da forma mais veemente", reagiu o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Tobias Billström.
Queima do Corão
O assalto à embaixada em Bagdade precipitou-se depois de a polícia sueca ter autorizado uma concentração, esta quinta-feira, diante da representação diplomática do Iraque em Estocolmo. Um dos organizadores deste protesto, Salwan Momika, iraquiano refugiado na Suécia, anunciou no Facebook a intenção de queimar um exemplar do Corão.
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Momika foi já protagonista, a 28 de junho, de um incidente semelhante. Queimou então algumas páginas de um exemplar do Corão frente à maior mesquita de Estocolmo durante a celebração muçulmana do Eid al-Adha, a "festa do sacrifício". No dia seguinte, partidários de Moqtada al-Sadr tomaram também de assalto a embaixada sueca na capital iraquiana.

O direito a manifestações públicas é protegido pela Constituição sueca e as leis contra a blasfémia caíram na década de 70.

c/ agências

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