Os protestos saíram à rua da capital francesa após a condenação da líder de extrema-direita e de oito eurodeputados do mesmo partido, o Rassemblement National.
As condenações saíram depois de provado o desvio de quase 3 milhões de euros de fundos do Parlamento Europeu para pagar a assessores do partido entre 2004 e 2016.
Marine Le Pen mantém o mandato de deputada, mas não poderá candidatar-se a qualquer eleição durante um período de cinco anos, ou seja, está para já fora da corrida às Presidenciais francesas de 2027. Uma decisão definitiva surgirá após o Tribunal de recurso de Paris apreciar os recursos entretanto recebidos, o que promete fazer por alturas do Verão do próximo ano.
Foi ainda condenada a quatro anos de prisão - dois deles de prisão efectiva, que pode cumprir com pulseira electrónica. E vai ter de pagar uma multa de cem mil euros.
Le Pen recebeu já o apoio de vários líderes mundiais. Viktor Orban primeiro-ministro da Hungria, escreveu "Je suis Marine" no X pouco depois de ter sido conhecida a condenação. O presidente norte-americano, Donald Trump, considera que se trata de uma "caça às bruxas" levada a cabo por aqueles que apelida de "esquerdistas europeus".
Entretanto, Bénédicte de Perthuis, a juíza que presidiu ao tribunal de Paris que condenou Le Pen na última segunda-feira, está a ser alvo de ameaças de morte e teve de ser colocada sob proteção policial.
É num clima tenso que se realiza esta manifestação do Rassemblement National. Simultaneamente corre em Paris uma contra-manifestação organizada por vários partidos da esquerda. Um desfile na Praça da República para defender a separação dos poderes depois dos ataques à Justiça.
Vários deputados, eurodeputados e dirigentes políticos marcam presença nesta manifestação, acusando o partido de Marine Le Pen de querer tornar a França num país ao estilo de Trump.
Numa reunião liderada pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, do mesmo partido do presidente Emmanuel Macron, o ex-chefe de governo acusou a extrema-direita de atacar os juízes e as instituições francesas.
Marine no papel de vítima
Marine Le Pen falou aos manifestantes, para se dizer vítima de "um jogo perverso".
A líder de facto da extrema-direita acusa os opositores políticos de perseguição judicial para silenciar o partido e garante que não se vai "resignar".
Bardella à espera e ao lado de Marine
A tarde teve ainda um discurso de Jordan Bardella, agora presidente do Rassemblement National e nome ponderado pela extrema-direita para avançar para as Presidenciais em vez de Marine Le Pen.
O atual líder do partido de Le Pen, que já foi candidato nas Legislativas francesas, considera que este caso é um exemplo de como a justiça francesa tem tentado condicionar o Rassemblement National.