Continuidade de parceria científica com universidade dos EUA Carnegie Mellon decidida em junho

por Lusa

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior fez um balanço "extremamente positivo" da 3.ª fase do programa na área da ciência Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), mas remeteu a decisão da continuidade do projeto para junho.

Elvira Fortunato esteve na cidade norte-americana de Pittsburgh desde domingo até terça-feira, numa visita dedicada ao balanço da 3.ª fase e futuro do Programa Carnegie Mellon Portugal, e disse à Lusa que teve "uma surpresa extremamente positiva" em relação à oferta de áreas científicas do programa.

"Eu estava à espera de ver áreas mais relacionadas com as Ciências da Computação e tive uma surpresa extremamente positiva, porque realmente eles têm muito mais áreas além dessa, nomeadamente na nanofabricação e na robótica. E o balanço é muito positivo", referiu a ministra, que ao longo de três dias manteve encontros com alunos de Doutoramento no âmbito desse programa.

De acordo com Elvira Fortunato, a visita serviu não só para fazer uma avaliação da continuidade das parcerias, mas também de possíveis reformulações, "porque a ciência evolui e há a necessidade de inovar".

"Aproveito para referir que esta parceria com a Universidade Carnegie Mellon é a única das três parcerias que permite um grau de doutoramento duplo, ou seja, um aluno que termine o seu doutoramento obtém não só o grau nesta universidade norte-americana, mas também na universidade portuguesa em que está matriculado, coisa que não existe nas outras duas parcerias. E isso é muito importante", frisou.

Portugal mantém uma parceria internacional com a Carnegie Mellon University (CMU) desde 2016, envolvendo universidades portuguesas, laboratórios associados na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, entre outras entidades nacionais, além de 11 Departamentos da CMU, cerca de 150 empresas e mais de 400 docentes e investigadores seniores em mobilidade em Portugal e nos Estados Unidos, segundo dados do Governo.

Contudo, questionada pela Lusa sobre o futuro do programa, a ministra afirmou que essa decisão terá de ser tomada até junho pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em conjunto com a comunidade científica portuguesa.

À Lusa, o diretor do Programa CMU Portugal na Carnegie Mellon University, José Moura, indicou que esta visita da ministra possibilitou uma perspetiva global do que é o programa, desde as suas iniciativas na área da educação, que incluem doutoramentos atribuídos simultaneamente por duas universidades, até projetos de investigação.

"Foi uma excelente oportunidade de interagir e visitar alguns dos Departamentos e laboratórios de investigação da CMU. Foram três dias de apresentações de alunos, de projetos e reuniões de trabalho com professores e alunos, bem como com a administração da CMU a todo os níveis, disse José Moura.

Ao longo da visita, Elvira Fortunato esteve acompanhada pelo embaixador de Portugal nos Estados Unidos, Francisco Duarte Lopes, e pela presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Madalena Alves.

Sobre a continuidade do programa, José Moura frisou que se trata de "uma decisão que pertence" à ministra e ao Governo.

"Do lado da CMU e dos nossos parceiros, estamos prontos a continuar a parceria de cujos resultados nos orgulhamos", frisou.

José Moura manifestou ainda satisfação com a presença de cerca de 30 estudantes do programa este ano na CMU, aos quais ainda se juntam 17 estudantes em Portugal.

"Desde o início, que a educação pós-graduada sob a forma de graus duais é um pilar fundamental do Programa CMU Portugal. (...) Nesta fase do programa, temos também alunos quer do grau dual, quer afiliados, que estão integrados em projetos de investigação em contexto empresarial, criando oportunidades para trabalho de investigação de alta qualidade, mas com impacto direto na estratégia empresarial e na economia portuguesa", observou.

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