Israel e o Hamas parecem estar mais próximo de chegar a um acordo de cessar-fogo, que inclua a libertação de reféns e o fim da ofensiva na Faixa de Gaza, de acordo com fontes próximas dos mediadores das negociações que decorrem em Doha, no Catar. Contudo, as forças israelitas intensificaram os ataques em Gaza, nas últimas 24 horas, matando pelo menos 28 pessoas.
"O Hamas é o único obstáculo para a libertação dos reféns", afirmou o diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Eden Bar Tal, numa conferência de imprensa esta terça-feira.
Os Emirados Árabes Unidos juntaram-se às negociações entre Israel e o Hamas, com a mediação dos Estados Unidos, e sugeriram a participação numa administração provisória de Gaza num eventual processo pós-guerra até que uma Autoridade Palestiniana possa assumir o governo. Para além das relações diplomáticas com Israel, os Emirados Árabes Unidos são um parceiro de segurança próximo dos EUA.
"Os Emirados Árabes Unidos não participarão de nenhum plano que não inclua uma reforma significativa da Autoridade Palestina, o seu fortalecimento e o estabelecimento de um roteiro confiável para um Estado palestiniano", afirmou à Reuters um funcionário dos Emirados Árabes Unidos. "Esses elementos - que estão em falta atualmente - são essenciais para o sucesso de qualquer plano pós-guerra”.
As várias rondas de negociações mediadas pelos EUA, Egito e Catar falharam na meta de alcançar um cessar-fogo duradouro. Mas esta terça-feira, fontes próximas às negociações manifestaram, segundo a AFP, otimismo de que um avanço no processo de trégua esteja para breve.
Apesar das negociações que decorrem desde o fim de semana, Israel intensificou os ataques aéreos no território palestiniano. Nas últimas 24 horas, morreram em consequência dos bombardeamentos israelitas 31 pessoas. De acordo com o Ministério palestiniano da Saúde, já foram mortas pelo menos 45.885 pessoas e há 109.196 feridos em Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Já na segunda-feira, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) acusou o exército israelita de ter disparado contra um dos comboios na Faixa de Gaza. A agência da ONU condenou "veementemente" mais este "acontecimento inaceitável".
"Apesar de ter recebido todas as autorizações necessárias das autoridades israelitas", um comboio de três veículos "claramente" identificados "foi alvo de disparos das forças israelitas" perto do posto de controlo de Wadi Gaza, no centro do território palestiniano, afirmou a agência da ONU em comunicado.